Taxa de transmissão de Covid-19 indica repique de contaminações no País

 


Um novo levantamento da Info Tracker - ferramenta que monitora o avanço da pandemia de Covid-19 no País - aponta um crescimento nacional do RT, a taxa de transmissão do coronavírus. A taxa chegou a 1,54, ontem (24), data em que foi atualizada, enquanto no dia 18 de novembro, data da última atualização, a média estava em 1,35. No Nordeste, a taxa ficou em 1,53.

A ferramenta é do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, desenvolvida por professores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), com base nos registros das autoridades de saúde.

Um RT de 1,54 significa que cada 100 pessoas infectadas são capazes de transmitir o vírus para outras 154. E que as 154 infectam outras 237 e assim progressivamente.

A taxa de transmissão do vírus também cresceu quando analisada separadamente em cada região do País. No Sul, a situação é mais preocupante, pois o RT chegou a 1,88, e estava em 1,86 no dia 14. É a única taxa com valor superior à media nacional. Em seguida estão as regiões Sudeste e Nordeste, com taxas de transmissão de 1,53. Há 10 dias, as taxas estavam em 1,33 e 1,31, respectivamente.

Depois, vem a região Norte, com 1,1 de RT, sendo que antes estava abaixo de 1, com 0,99. Por último, está o Centro-Oeste, com 1,08 de taxa de transmissão, região que também tinha o RT sob controle no dia 14 (0,97).

"Infelizmente, cresceram as taxas de transmissão em todas as regiões. É uma clara piora no País inteiro", alerta o cientista de dados e um dos desenvolvedores da plataforma, Wallace Casaca.

Antes do dia 5 de novembro o RT estava abaixo de 1 - valor de referência -, o que significava dizer que a pandemia estava, de certa forma, controlada. Após o dia 6 de novembro, a taxa passou a ser superior.

Confirmação

Dados divulgados ontem pelo Imperial College de Londres, no Reino Unido, também apontam que a taxa de transmissão do vírus no Brasil é a maior desde maio. O relatório mostra que o índice está em 1,30. A última vez que o RT no Brasil esteve tão alto (1,31) foi na semana de 24 de maio.

Em todas as regiões do Brasil, houve um aumento das taxas que medem a capacidade de uma pessoa infectada transmitir o novo coronavírus para outras. Especialista vê piora da situação da doença no País inteiro


 

(Diário do Nordeste)

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