Ainda 'mergulhado' na segunda onda da pandemia de Covid-19, o Ceará, tal como o Brasil, corre o risco de enfrentar uma terceira. A flexibilização do isolamento social rígido, o relaxamento com as medidas de prevenção e o ritmo lento de vacinação contra a doença tendem, segundo especialistas, a compor o cenário temeroso. Outra preocupação é o Dia das Mães, a ser celebrado no domingo (9). como data favorável a encontros familiares.
Epidemiologista e pesquisadora da Universidade Federal do Ceará (UFC), a médica Lígia Kerr não considera alarmista a previsão de uma terceira onda no Estado. Mesmo com a tendência de redução da circulação viral em Fortaleza e no Interior, justifica, a taxa de positividade para o vírus ainda é alta. E o comportamento das pessoas em ocasiões como o Dia das Mães impacta diretamente nesse resultado.
Lígia acrescenta que a retomada gradual da economia no Estado e a consequente flexibilização do isolamento social costumam levar a população a fazer uma leitura errônea de menor contaminação e gravidade da doença.
"Ninguém pode dizer que [a terceira onda] vai acontecer. Mas conforme você está abrindo, também está ampliando as chances de contato, dentro de um contexto em que a circulação viral não está baixa. Vamos torcer para que não aconteça", diz, citando a vacinação de parte dos idosos como um atenuante, embora ainda ocorra em ritmo aquém do ideal.
(Diário do Nordeste)