O
governo venezuelano anunciou aumento do salário mínimo mensal em 289%,
neste sábado (1°), Dia do Trabalho. O valor, que era equivalente a 64
centavos de dólar, passará para cerca de US$ 2,40 (R$ 12,96) pela taxa
de câmbio estimada pelo banco central do país.
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No dia de hoje, 1º de maio, entra em vigor um aumento do salário mínimo
de 7 milhões de bolívares e o cestaticket socialista (bônus de
alimentação) para 3 milhões de bolívares, configurando tudo o que
chamamos de salário mínimo legal de 10 milhões de bolívares – disse o
ministro do Trabalho, Eduardo Piñate.
Pinate
fez o anúncio em um evento do Dia do Trabalho, no centro da capital
Caracas, transmitido pela televisão estatal, acrescentando que o bônus
de alimentação que os trabalhadores estaduais deveriam receber também
aumentaria.
A
economia da Venezuela está em seu quarto ano de hiperinflação, seu
sétimo ano de recessão, e tem sofrido uma dolarização lenta e
desordenada desde 2019.
A
nova renda básica de US$ 2,40 (R$ 12,96) mais o bônus alimentar
representa agora US$ 3,50 (R$19,91), com os quais os venezuelanos podem
comprar um quilo de queijo e um litro de leite. No entanto, para um
quilo de carne, por exemplo, o valor é insuficiente.
O
governo venezuelano já reconheceu em ocasiões anteriores que o salário
mínimo não é suficiente para cobrir a cesta básica de alimentos, e
afirma que a renda mensal dos trabalhadores foi impactado pela crise no
país, pela qual culpa as sanções econômicas dos Estados Unidos. O
Parlamento, de maioria chavista, prometeu trabalhar para melhorar os
salários e as condições trabalhistas.
Nicolás
Maduro discursou no evento em Caracas, no qual propôs como “meta de
vida” recuperar este ano o salário mínimo integral para os
trabalhadores.
O ministro Eduardo Piñate disse ainda que a escala salarial do setor público será revista, sem dar detalhes.
O
chavismo celebrou o Dia do Trabalho com pequenas concentrações em
vários pontos do centro de Caracas com atividades de recreação e
cartazes. Alguns trabalhadores presentes expressaram repúdio às sanções
econômicas e ao “bloqueio” dos EUA contra a Venezuela.
(Monique Mello)