Ataques e incêndios após assassinato de traficante fazem Manaus suspender serviços públicos

 


Manaus amanheceu nesta segunda-feira (7) com serviços públicos interrompidos após um dia de ataques criminosos em protesto à morte de um líder do tráfico de drogas pela Polícia Militar do Amazonas. Aulas, tráfego de ônibus e atendimentos em secretarias municipais foram suspensos. 

Ainda na madrugada do domingo (6), integrantes de uma facção criminosa incendiaram 14 ônibus do transporte público municipal, duas viaturas e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os suspeitos rendiam passageiros, motoristas e os obrigavam a sair do veículo. Em seguida, ateavam fogo usando gasolina. Os funcionários da ambulância do Samu também foram roubados. Não houve registro de feridos. 

Serviços interrompidos em Manaus

  • Transporte coletivo
  • Aulas na rede municipal de ensino
  • Atendimentos na Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e Gestão
  • Restaurante popular do bairro Compensa
  • Cozinhas comunitárias
  • Centros de Referência de Assistência Social (Cras)
  • Tribunal de Contas do Amazonas

Já as unidades básicas de saúde, clínicas da família e demais centros de atendimento, que são pontos de vacinação contra a Covid-19, agendaram o início das consultas somente às 11h.

A entrega de documentos para 11 mil candidatos classificados no programa Bolsa Universidade, que iniciaria hoje, foi remanejada para esta terça-feira (8). 

Assassinato

A onda de violência na cidade foi motivada pelo homicídio de Erick Batista Costa. "Dadinho", como é conhecido, era considerado líder do Comando Vermelho. O homem morreu a tiros por policiais das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), no sábado (5).

A facção de origem carioca controla o tráfico e os presídios do Amazonas desde janeiro de 2020, após derrotar a rival Família do Norte (FDN), esta responsável pelos massacres nos presídios de Manaus em 2017 e 2019.

"Está mais do que na hora do Exército entrar nas ruas. Não se pode deixar que os marginais tomem conta. O Estado tem que aplicar mão firme, agir com rigor, para que atitudes como essa não aconteça mais na nossa cidade", afirmou o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).

O governador Wilson Lima (PSC) apontou que as forças de segurança locais prenderam 14 pessoas envolvidas nos ataques. O gestor também citou um reforço do aparato policial. "Nós triplicamos a quantidade de policiais nas ruas e estamos montando barreiras em locais estratégicos".

 

(Diário do Nordeste)

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