Nascido e criado no Tatuapé, o urbanista Lucas Chiconi acredita que o conjunto de transformações trazidas pelos novos - e altos - empreendimentos apaga a memória e a identidade do bairro. Em 2019, Chiconi fez parte de um grupo que tentou impedir a demolição de um conjunto de casas da década de 50 que faziam parte da vila operária João Migliari, a 1 km de onde está o Platina 220.
Vinte das 60 casas foram demolidas para a construção de um empreendimento. As 40 casas restantes passaram a ser avaliadas pelos órgãos do patrimônio histórico. Mas, antes que o resultado saísse, o proprietário mandou demolir as casas. Apenas cinco casas permanecem de pé, ao lado de um terreno baldio cercado por tapumes, onde antes era o restante da vila.
"São justamente esses conjuntos de casas, com importância arquitetônica, social e econômica, que me ajudam a me identificar como cidadão do Tatuapé", conta Chiconi.
Também era uma série de casas que ocupava o quarteirão onde hoje está o prédio mais alto de São Paulo. Casas geminadas de diferentes cores, que remetiam a um período de ocupação industrial do bairro, abrigavam residências e pequenos comércios.
(G1)