Das cinco regiões de saúde do Ceará, a de Sobral é a única cujos números de óbitos por decorrência da Covid-19 registrados em 2021 ainda não ultrapassaram o quantitativo acumulado no ano anterior. Ressalte-se, contudo, que os registros se deram ao longo de mais de nove meses em 2020 e em um período bem menor deste ano (cinco meses e 9 dias).
No cenário oposto está a região Litoral Leste/Jaguaribe que teve o maior aumento percentual (37%) de mortes do Estado no comparativo entre 2021 e 2020. Em todo o Ceará, 2021 já registra 4,79% mais mortes que em 2020. Os números são do IntegraSus, plataforma da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado.
Já o Litoral Leste/Jaguaribe teve 452 mortes por decorrência da doença em 2021 e, neste ano, a Sesa já registrou 622 óbitos, aumento de 37%. Na região de Fortaleza o aumento foi de 5,35%; no Sertão Central de 3,63%% e, no Cariri, crescimento de 4,76%.
Esta última região, inclusive, foi a única que registrou aumento na taxa de letalidade. Em 2020 foi de 1,9 e, agora em 2021, está em 2. A letalidade avalia o número de mortes em relação às pessoas que apresentam a doença ativa, e não em relação à população toda, ou seja, mede a porcentagem de pessoas infectadas que evoluem para óbito.
Diferentemente do que ocorre com a taxa de mortalidade, cujo coeficiente é comparado com a população total de determinada localidade (cidade, região, país, etc.)
Monitoramento
A secretária da Saúde de Sobral, Regina Carvalho, atribui os números ao "maior monitoramento feito com os pacientes" e a expansão nos leitos de UTI. A titular da pasta destaca também que o Município investiu na atenção primária "o que possibilitou reduzir a evolução dos pacientes sintomáticos".
É um conjunto de ações. Com esse monitoramento mais próximo, conseguimos reduzir, nas duas últimas semanas, a procura por assistência médica. Ampliamos os leitos, criamos um suporte na UPA e seguimos com a testagem diária.Regina CarvalhoSecretária da Saúde de Sobral
Em relação aos leitos de suporte criados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Regina destaca que o principal objetivo é reduzir as chances desse paciente evoluir para caso mais grave e, assim, necessitar de UTI. "Quando o paciente chega a este estágio [de UTI] é sempre mais complicado. Então evitar que ele tenha seu quadro clínico agravado significa mais vidas salvas", pontuou.
Carvalho também avalia que a população está mais consciente e tem contribuído com as medidas sanitárias. "Claro que há as exceções, mas a maioria se porta melhor, respeita os decretos, usa máscara, mantêm o distanciamento e tudo isso converge para uma evolução no combate à pandemia", destaca a secretária da Saúde de Sobral.
(Diário do Nordeste)