Dos
184 municípios cearenses, 49 já aplicaram a primeira dose da vacina
contra a Covid-19 em pelo menos 50% de sua população, segundo os dados
publicados na plataforma do Vacinômetro, da Secretaria de Saúde do
Estado (Sesa), atualizados domingo (15).
O
município de Guaramiranga, na região do Maciço do Baturité, que vacinou
toda sua população adulta, lidera com 92,58% de seus habitantes já com a
primeira dose. Depois dela, outros cinco municípios ultrapassam a taxa
de 60%: Quixelô (63,19%), Mucambo (61,85%), Reriutaba (61,19%), Pires
Ferreira (61,5%) e Limoeiro do Norte (60,79%).
Das
nove cidades cearenses com população acima de 100 mil habitantes,
apenas quatro ultrapassaram 50% de sua população que recebeu a D1. São
elas: Fortaleza (59,22%), Iguatu (57,92%), Sobral (51,19%) e Crato
(50,75%).
Veja a lista completa de cidades que já aplicaram a primeira dose em mais de 50% de sua população:
- Alcântaras - 54.47%
- Altaneira - 57,65%
- Antonina do Norte - 53,54%
- Ararendá - 57,28%
- Baixio - 56,47%
- Canindé - 59,88%
- Catunda - 54,19%
- Cedro - 51,74%
- Crato - 50,75%
- Cruz - 57,65%
- Deputado Irapuan Pinheiro - 55,01%
- Eusébio 0 55,57%
- Fortaleza - 59,22%
- Graça - 52,35%
- Granjeiro - 50,39%
- Groaíras - 51,59%
- Guaramiranga - 92,58%
- Ibicuitinga - 53,69%
- Icapuí - 51,78%
- Iguatu - 57,92%
- Independência - 53,74%
- Itaiçaba - 57,30%
- Itatira - 52,51%
- Jaguaretama - 53,41%
- Jaguaribara - 53,93%
- Limoeiro do Norte - 60,79%
- Meruoca - 51,16%
- Milagres - 55,52%
- Milhã - 56,36%
- Monsenhor Tabosa - 59,06%
- Mucambo - 61,85%
- Orós - 55,33%
- Pacujá - 50,22%
- Palhano - 55,44%
- Pereiro - 52,33%
- Pindoretama - 59,52%
- Pires Ferreira - 61,15%
- Poranga - 52,94%
- Porteiras - 56,97%
- Quixelô - 63,19%
- Reriutaba- 61,19%
- Sâo Benedito - 54,56%
- São Gonçalo do Amarante - 51,45%
- São João do Jaguaribe - 50,80%
- Senador Pompeu - 56,69%
- Sobral - 51,19%
- Solonópole - 52,68%
- Tamboril - 50,07%
- Umari - 55,36%
DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL
A
virologista, epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, destaca que a
campanha de vacinação acontece de forma heterogênea no Brasil. “Cada
estado ficou por si”, pontua. Além disso, diz, há uma distribuição
desigual por município.
Outro
problema enxergado por Caroline é a distância percorrida para os locais
de aplicação das doses. “Muita gente não tem condições de se deslocar, o
patrão não libera porque podem levar uma manhã inteira. São realidades
sociais que não abordam”, observa.
Por
isso, sugere: “Deveria começar a oferecer como livre demanda, como vem
acontecendo em alguns locais. Mutirões para que as pessoas tenham
acesso”.
SEGUNDA DOSE
A
presidente Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems),
Sayonara Cidade, acredita que, hoje, o grande problema é acelerar a
segunda da vacinação e isso tem esbarrado na escassez de doses.
“Hoje
convivemos com a falta da Astrazeneca”, admite. A preocupação aumenta
pela chegada da variante Delta, já confirmada em solo cearense. “Já
estamos em transmissão comunitária em nosso Estado”, alerta.
Ainda
em consonância com a preocupação em relação à variante Delta no Ceará,
Caroline Gurgel ressalta a importância acelerar o máximo possível a
segunda dose. “Não adianta vacinar todo mundo só com a primeira. A
variante Delta, frente as vacinas da Pfizer, AstraZeneca e Coronavac, só
com uma dose, é o mesmo que nada. Reduz muito a eficácia”, completa.
CIDADES COM MAIOR APLICAÇÃO DA D2
A
cidade cearense com proporcionalmente o maior número de habitantes com o
esquema vacinal completo (aplicação de segunda dose ou dose única) é
Guaramiranga, com 48,77% de sua população. Monsenhor Tabosa aparece em
seguida com 42,37%. Completam a lista de cinco melhores São Benedito
(35,50%), Cariré (34,66%) e Pires Ferreira (34,08%).
Curiosamente,
Cariré não aparece entre os 49 municípios que já atingiram pelo menos
50% da sua população na primeira dose. Hoje, soma 44,28%. “É necessário
um olhar de forma diferenciada e aumentar o volume com as duas doses”,
sugere a epidemiologista.
Esta é uma imagem da vacinação em Guaramiranga
Importante
ressaltar que, apesar de alguns municípios montarem sua cobertura
apenas com base na população adulta, ou seja, acima de 18 anos,
cientistas recomendam que a imunidade de rebanho seja contabilizada em
cima da sua população total. Nesta técnica, determinada parcela de
população se torna imune, ou seja, desenvolvem anticorpos contra o
agente causador da doença, criando uma barreira, protegendo o restante a
população, mesmo aqueles que ainda não tomaram a vacina.
OUTRAS CAMPANHAS
No
Brasil, outras campanhas de vacinação alcançaram a imunidade de
rebanho, como as que ocorreram contra o sarampo e a poliomielite, onde
foi medida a vacinação de 95% da população total.
No
caso da Covid-19, ainda não se há uma taxa ideal para garantir essa
segurança, mas pesquisas estão sendo realizadas, como em Serrana (SP),
onde um estudo realizado pelo Instituto Butantan, apontou que a
vacinação de 75% de seus habitantes reduziu em 95% a mortes causadas por
Covid-19.
"A taxa mínima de cobertura vacinal é de 80%. A cobertura excelente seria acima dos 95%", projeta Caroline.
Diário do Nordeste