No Brasil, a situação é mais grave no Rio de Janeiro, onde as MVCI representaram, em 2019, 34,2% das mortes por causas externas; seguido por São Paulo (19%). Depois do Ceará, completam o ranking Bahia (12,6%), Minas Gerais (11,7%) e Pernambuco (10,7%).
Apenas de 2018 para 2019, houve no Ceará um acréscimo de 84,4% nos óbitos sem causa definida (de 538 para 992, em números absolutos). Enquanto isso, o País teve um crescimento de 35,2% no número de mortes violentas por causas indeterminadas. Esse aumento foi de 231,6% no Rio de Janeiro, 180% no Acre e 178,3% em Rondônia.
Além disso, em 2017 foram computados 9.799 óbitos sem causa determinada, enquanto em 2019 esse dado subiu para 16.648 — um aumento de 69,9%. Um dos coordenadores da pesquisa, Daniel Cerqueira aponta que o problema está muitas vezes relacionado à falta de compartilhamento de informações dentro dos estados.
“A secretaria de Saúde quer saber por que a pessoa morreu e a Polícia não dá o dado. Não há conexão desses dados. São estados com péssimo sistema de compartilhamento”, salientou durante coletiva de imprensa virtual. Ainda segundo Daniel, estudos anteriores atestam que mais de 70% das mortes sem causa definida são de homicídios.