A passagem do presidente Jair Bolsonaro pela Região Metropolitana do Cariri foi marcada, nesta sexta-feira, pela troca de agressões verbais e farpas ao Governador Camilo Santana na corrida que antecede às eleições de 2022. Bolsonaro, em discurso na cidade de Juazeiro do Norte, onde fez a entrega simbólica de 2.794 moradias populares, voltou a acusar os Chefes de Executivos Estaduais pelo ‘ato criminoso’ de fechamento das atividades econômicas.
A
mensagem teve como endereço o Palácio da Abolição, sede do Governo do
Ceará.
“Essa medida, por alguns governadores, entre eles o desse estado, foram
além de impensadas, foram muito mal recebidas pela população. Mandar
ficar em casa sem prover ganho para sua subsistência, isso é mais que
uma maldade, é um ato criminoso”, disparou Bolsonaro, ao lado de aliados
que, no Ceará, declaram apoio ao Governo do Estado, como o deputado
federal Pedro Bezerra (PTB).
Aplaudidos
pelos simpatizantes, Bolsonaro disse, ainda, que os mais humildes que
não tinham renda fixa e não eram servidores públicos, foram jogados na
vala da quase miséria, não tinham como sobreviver, muitos trabalhavam de
manhã para poder se alimentar à noite.
As
críticas do presidente Jair Bolsonaro aos governadores fazem parte da
estratégia de ampliar ainda mais espaços nos estados na caminhada rumo à
reeleição em 2022.
No
Ceará, Bolsonaro poderá ter como principal palanque o deputado federal
Capitão Wagner (PROS) que se lançou pré-candidato ao Governo do Estado.
No plano nacional, o maior adversário na corrida eleitoral é o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado de Camilo Santana.
O governador cearense é filiado ao PT, mas o cenário atual o coloca no
conflito político porque, pela lealdade, estará, em 2022, ao lado dos
irmãos Cid e Ciro Gomes. Ciro, crítico da administração Bolsonaro, é o
pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto e espera o apoio de Camilo
que poderá, em abril, deixar o Governo para concorrer ao Senado.
CAMILO RESPONDE A ATAQUES
A
corrida pré-eleitoral acirra ainda mais o ambiente político e, cada
crítica do presidente Bolsonaro, os desafetos e adversários fazem o
contraataque, como bem mostrou Camilo Santana.
“Criminoso,
sr. presidente, é ignorar a perda de mais de meio milhão de vidas na
pandemia e ainda debochar da dor das famílias’’, reagiu Camilo, ao
acrescentar: ‘’Tivéssemos um Gov. Federal mais preocupado com a vida,
milhares teriam sido salvas. Seus ataques jamais irão tirar de mim a
força para continuar lutando”.
O POVO