Prédios do Centro de Fortaleza com mais de 60 anos são vistoriados pela Defesa Civil

 


A ação do tempo é implacável, não há como escapar dela. Nem mesmo estruturas compostas de ferro e concreto passam ilesas. Até o fim deste mês de setembro, agentes da Defesa Civil de Fortaleza realizam trabalhos de prevenção pela Cidade. Após concluírem visitas a estruturas localizadas na Praia do Futuro, durante os meses de julho e agosto, agora o foco dos agentes é o Centro de Fortaleza. O objetivo é que 31 edificações, que possuem mais de 60 anos de construção, passem pelo crivo dos técnicos.

"Essas edificações serão vistoriadas no aspecto de estabilidade de segurança estrutural. Qual a nossa intenção: garantir aos moradores e usuários que essas edificações estão seguras para sua permanência e para seu uso", explica o coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, Regis Tavares.

O POVO acompanhou uma das vistorias realizadas pela Defesa Civil nesta quinta-feira, 19, no Centro. Pontos da estrutura como as lajes, a fachada, a caixa d'água, assim como o subsolo são avaliados pelos técnicos, que registram tudo em suas pranchetas, além de coletarem imagens com uma câmera.

O gestor destaca, ainda, que a região possui mais prédios que ultrapassam a faixa dos 60 anos, entretanto, essas estruturas já passaram por recentes intervenções e não necessitam de revisão. "Existem, no Centro, 38 edificações com essa idade, porém, sete delas passaram por recentes reformas estruturais. Um dos exemplos é o cineteatro São Luiz", diz Tavares.

Para Santiago Bernal, síndico de um dos edifícios visitados nesta quinta-feira, 19, esse tipo de ação traz mais segurança para quem vive e transita na região. "É uma forma de deixar o Centro mais seguro e mais bonito. É um prédio antigo que acaba sofrendo muito com as ações do tempo, e temos que correr contra isso, estamos nesta luta", comenta o síndico.

Maria Paula, coordenadora do Núcleo de Ações Preventivas (Nuprev), explica quais pontos são verificados pela equipe durante o processo de avaliação da estrutura. "Nós avaliamos, basicamente, rachaduras em pilares, fissuras, infiltrações que podem ocasionar danos mais graves no futuro à estrutura do prédio, podendo levar a um desabamento. Analisamos se possui risco", comenta.

A coordenadora destaca que esse tipo de operação não é considerada uma inspeção predial, mas sim uma visita preventiva. "A inspeção predial é uma ação de fiscalização, ela cobra documentação do responsável pela edificação, que precisa estar regulamentada de acordo com a lei. Aqui é uma ação preventiva, se identificado algum risco na edificação, a gente emite um relatório com a notificação preventiva", esclarece.

Após a emissão do relatório, a papelada é encaminhada ao responsável de edificação, para que os possíveis reparos sejam feitos rapidamente. Regis Tavares explica que a Defesa Civil não pode impor prazo para que reparos sejam realizados em estruturas comprometidas. "A legislação prevê que o síndico é responsável civil e criminalmente pela unidade, então, a Defesa Civil não impõe um prazo. O que acontece é que, quanto mais o síndico atrasa a realização dessas manutenções, mais se submete ao risco de ser acionado judicialmente", comenta.

Até o momento, nenhum dos prédios visitados pelos agentes da Defesa Civil, no Centro, apresentou problemas que pudessem comprometer a estrutura. A avaliação tem sido positiva, de acordo com a coordenadora do Nuprev. "Estamos no sétimo prédio, de certa forma, por serem edificações com modelos de construções mais antigas, são mais reforçadas. O que vimos, estruturalmente, é que estão bem consolidadas, bem estruturadas e com segurança", finaliza.

 

 (O Povo)


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