O maior açude do Ceará, o Castanhão, tem atualmente o volume de 10,98%. No mesmo período, ano passado, o volume do reservatório era 14,53%. Outros dois maiores reservatórios do estado, o Banabuiú e o Orós, também estão em situação preocupante.
Apenas o Orós está com volume melhor do que o apresentado em 2020. O reservatório localizado no Centro-Sul do Estado apresenta o volume de 26,63%. Ano passado estava com 25,46.
O Banabuiú está com o volume de 9,18, enquanto ano passado se encontrava com 10,09. Os dados são do portal hidrológico, gerenciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) do Ceará.
O motivo do baixo volume hídrico nos três maiores reservatórios cearenses é o reflexo da quadra chuvosa, que ocorre entre fevereiro e maio, ter ficado 15% abaixo da média histórica. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a média para o quadrimestre era de 600,7 milímetros, enquanto o observado foi de 508,3 mm. O cenário de precipitações reduzidas e irregulares já era esperado pela Funceme, conforme prognóstico divulgado em janeiro deste ano.
Com os dados de fevereiro, o Ceará acabou fechando o mês dentro da normalidade, com um desvio de 6,2%. Já em março e abril, houve redução. As informações do Calendário de Chuvas apontaram desvios negativos de 7,3% e 33,5%, respectivamente. Por fim, no último mês da quadra chuvosa, as precipitações ficaram 24,3% abaixo da média.
O mapa mais recente do Monitor de Secas aponta que o estado apresenta 100% do seu território classificado entre seca fraca e moderada, sendo esta responsável por 60,3% da área total. Nas condições atuais, os impactos são de curto e longo prazo, diminuição do plantio, déficits hídricos prolongados, assim como faltas de água em desenvolvimento ou iminentes; e restrições voluntárias de uso de água.
Os resultados do Monitor de Secas indicam ainda que houve avanço da seca moderada no sudoeste do estado devido à piora nos indicadores. As áreas classificadas com seca fraca estão na porção noroeste (entre o Litoral Norte e a Ibiapaba) e no sul das macrorregiões Jaguaribana e Sertão Central e Inhamuns, onde se encontram os três maiores reservatórios do estado.
Entre as principais causas da variação dos níveis de seca está a habitual escassez de chuvas nesta época do ano. Conforme a Funceme, as precipitações reduzem drasticamente no segundo semestre. Entre junho e julho, período caracterizado como Pós-Estação, o acumulado deste ano foi de apenas 38,6 milímetros no estado como um todo, ficando 27% abaixo da média.
(G1/CE)