Ceará é 3º do Brasil em roubos e furtos de armas a empresas de segurança

 


O Ceará ocupa a terceira posição no ranking nacional de roubo, furto e extravio de armas de fogo praticados contra empresas de segurança privada. É o que mostra um levantamento divulgado pela agência de dados Fiquem Sabendo, a partir de informações fornecidas pela Polícia Federal (PF), com base na Lei de Acesso à Informação.

Conforme os indicadores, entre janeiro e agosto deste ano, 49 ocorrências deste tipo foram registradas no território cearense, que fica atrás apenas do Pará (51) e de São Paulo (224). Considerando as 27 Unidades da Federação, o total chega a 692.

Em termos comparativos, o número de armas de fogo roubadas, furtadas ou com destino desconhecido no Ceará nos oito meses de 2021 já supera todo o ano de 2020, quando o total de registros da mesma natureza chegou a 47. No recorte dos últimos quatro anos, foram 894 ocorrências (veja no gráfico abaixo), o que corresponde a 7,12% dos 12.555 registros verificados neste período em todos os estados brasileiros.

Segundo o levantamento, atualmente existem 131 empresas de segurança privada registradas no Ceará. Juntas, elas concentram um arsenal de 7.981 armas de fogo, número que coloca o Estado na 11ª posição do ranking nacional nesse quesito. No Nordeste, o indicador cearense é inferior apenas ao da Bahia (14.220) e o de Pernambuco (9.174), estados que têm, respectivamente, 185 e 157 empresas de segurança funcionando atualmente. Em todo o Brasil, são 3.603 estabelecimentos e 246.511 armas no total.

De acordo com o sociólogo Ricardo Moura, pesquisador do Observatório da Segurança do Ceará, a maioria das armas de fogo furtadas, roubadas ou extraviadas costuma ir parar nas mãos de milicianos e de integrantes das facções criminosas. Com isso, segundo avalia, a tendência é que haja aumento nos principais indicadores de criminalidade, principalmente no número de assassinatos.

“Essas armas têm dois caminhos perigosos: elas podem tanto ir para o mercado do crime, para os circuitos criminais, como também podem estar alimentando grupos paramilitares, de extermínio, que se apropriam dos instrumentos bélicos para tentar romper o monopólio do uso da força pelo Estado. Consequentemente, há um incremento da violência letal à medida que essas armas são utilizadas para assaltos, ataques a estabelecimentos ou como forma de agressão interpessoal”, comenta o especialista.

A PF diz que fiscaliza as empresas de segurança privada do País ao menos uma vez por ano. Segundo informou a instituição no levantamento, de 2016 até 25 de agosto de 2021, 23.283 processos foram instaurados, dos quais 17.422 resultaram em algum tipo de punição prevista em lei, como advertência, multa e cancelamento do alvará. No período, cerca de R$ 43,6 milhões foram arrecadados por meio de sanções pecuniárias aplicadas a 17.146 empresas. Outras 516 foram interditadas definitivamente e 792 receberam reclamação por escrito.

 

(O Povo)

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