Mais de cem pessoas em três estados caíram em golpe de falsas lotéricas


 

O esquema criminoso de falsas agências lotéricas e correspondentes bancários desbaratado na Operação Foco movimentou mais de R$ 1 milhão no Pará, na Paraíba e no Ceará. Mais de 100 pessoas caíram no golpe, conforme estimativa das Polícias Civis do Pará e do Ceará. Nesta quinta-feira, 2, cinco pessoas suspeitas de participação no esquema foram presas em Beberibe, Litoral Leste do Estado. Na tarde desta quinta, a Polícia Civil deu detalhes do esquema em coletiva de imprensa.

Conforme o delegado Fernando Marcolino, titular da Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (Deof), do Pará, as investigações começaram em agosto último, quando a Polícia Civil daquele estado recebeu denúncias de que dois espaços comerciais, nas cidades de Belém e Ananindeua, recebiam pagamento de contas, mas não compensavam os valores aos destinatários. As vítimas percebiam o golpe quando as faturas eram novamente cobradas. Até mesmo funcionárias das supostas empresas denunciaram terem sido lesadas.

O delegado ainda afirmou que os golpistas chegavam a dizer às vítimas que iriam resolver o problema. Os espaços, porém, foram fechados poucos dias após o registro das denúncias. Após serem fechados, a Polícia Militar do Pará chegou a entrar nos espaços e constatou pichações como “Golpe” e “Foco é o Golpe!”. Somente no Pará, o prejuízo ficou em torno de R$ 480 mil. Cerca de 60 pessoas denunciaram o golpe no Pará.

No começo do ano, porém, a Delegacia Municipal de Beberibe já havia tomado conhecimento de que a mesma prática havia ocorrido no município. Na cidade, um adolescente estaria à frente da agência e foi apreendido. A delegada Ana Scotti contou que ele chegou a sofrer ameaças de linchamento de vítimas do golpe. Na cidade, o prejuízo foi de cerca de R$ 100 mil; pelo menos, 50 pessoas teriam sido enganadas. “As pessoas enganadas por eles eram pessoas humildes. Os boletos, na grande maioria, eram de pagamentos de contas de energia, água”, afirmou a delegada.

Conforme a investigação da Polícia paraense, após o esquema ser identificado em Beberibe, o grupo migrou para Itaitinga e Horizonte — apesar de não ter conseguido abrir agência neste último município —, na Grande Fortaleza, e para o Pará e para a Paraíba. Em Patos (PB), o prejuízo teria ficado na faixa de R$ 500 mil.

Ao todo, oito pessoas foram identificadas como parte do golpe. Os cinco presos foram identificados como: Antônio George Nogueira Gama, de 43 anos; Estênio de Oliveira Cunha Filho, de 21 anos; Francisco Joel da Silva Souza, de 24 anos; Jeferson do Nascimento Coelho, de 27 anos; Naiane de Freitas da Costa, de 19 anos. A Polícia segue em diligências para capturar os demais suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados. Eles são investigados por crimes como estelionato, falsidade ideológica, uso de documentação falsa, associação criminosa, apropriação indébita e fraude no comércio.

 

(O Povo)

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