Conforme a guerra na Ucrânia caminha para completar um mês sem que o exército russo tenha conseguido tomar grandes cidades e ocupar a capital Kiev, cresce o temor de que Vladimir Putin apele para armas mais letais. O presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, voltou a pedir por conversas diretas com o colega russo, uma possibilidade que o Kremlin já descartou. Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alerta que a Rússia pode estar se preparando para utilizar armas químicas e biológicas.
As
negociações entre Rússia e Ucrânia, que já ocorreram de forma
presencial e virtual, obtiveram poucos avanços, razão pela qual Zelensky
quer falar diretamente com Putin. O ucraniano já pediu outras vezes por
conversas diretas, mas nesta segunda-feira, 21, o pedido foi mais
enfático e ele se disse disposto a discutir todos os temas se Putin
aceitar o diálogo.
"Se
eu tiver essa oportunidade e a Rússia tiver o desejo, poderemos abordar
todas as questões", disse ele a jornalistas ucranianos em entrevista
publicada pela rede Suspiline. "Resolveríamos tudo lá? Não, mas existe a
possibilidade de que possamos ao menos parar parcialmente a guerra",
acrescentou.
Zelensky
disse que estaria disposto a discutir a península da Crimeia ocupada
pelos russos e as áreas separatistas pró-Rússia na região leste de
Donbas, embora tenha insistido que acredita que elas deveriam ser
devolvidas à Ucrânia. Este é o principal tema que coloca Rússia e
Ucrânia em choque, os russos querem o reconhecimento da independência
dessas áreas, mas Zelensky já disse que não vai assumir "nenhum
compromisso que afete a integridade territorial e a soberania" da
Ucrânia.