Força-tarefa prende 7 em operação contra agentes de segurança aliados da maior milícia do RJ; delegada é investigada

 Dinheiro e armas apreendidas na casa de um agente penitenciário — Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil do RJ, a Corregedoria da PM e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam na manhã desta sexta-feira (20) sete pessoas na Operação Heron, contra agentes públicos aliados da maior milícia em atividade no estado. Entre os alvos, estão três policiais militares, seis agentes penitenciários e uma delegada.

Na casa de um dos policiais penais, a força-tarefa apreendeu dinheiro e armas. 

Investigadores afirmam que os procurados forneciam informações sigilosas sobre operações específicas contra grupos rivais, facilitavam a movimentação dos “bondes” — comboios para atividades criminosas — e até escoltavam, com viaturas oficiais, foragidos da Justiça.

Policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e agentes do MPRJ saíram para cumprir, no total, 10 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão.

Os alvos

  1. Alcimar Badaró Jacques, o Badá, agente penitenciário, preso;
  2. André Guedes Benício Batalha, o Gue, agente penitenciário, preso;
  3. Carlos Eduardo Feitosa de Souza, o Feitosa ou Feio, agente penitenciário, preso;
  4. Edson da Silva Souza, o Amigo S, agente penitenciário;
  5. Ismael de Farias Santos, agente penitenciário, preso;
  6. Leonardo Corrêa de Oliveira, o Sargento Oliveira, PM;
  7. Luiz Bastos de Olive Ira Junior, o Pqdzinho;
  8. Matheus Henrique Dias de França, o Franc, PM, preso;
  9. Pedro Augusto Nunes Barbosa, o Nun, PM, preso;
  10. Wesley José dos Santos, o Seap, agente penitenciário, preso.

A polícia investiga ainda se a delegada Ana Lúcia da Costa Barros, mulher de Gue, acessou o próprio banco de dados para ajudar a quadrilha. Ela foi alvo de busca e apreensão.

Um dos presos na Operação Heron chega à Cidade da Polícia — Foto: Lívia Torres/TV Globo

Tropa do Zinho

De acordo com a especializada, os servidores tinham contato direto com homens de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão e um dos sucessores de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto pela polícia em junho do ano passado.

Zinho é foragido da Justiça e hoje explora toda a Zona Oeste do Rio.

A investigação começou com apreensão de um telefone celular, realizada durante uma ação em 27 de abril de 2021, na casa de Francisco Anderson da Silva Costa, o Garça.

Garça era um dos principais homens de confiança de Ecko e, segundo a polícia, era responsável pela gestão dos valores da quadrilha — tanto os provenientes das extorsões e taxas, quanto o pagamento de propina a agentes de segurança.

Na ação de um ano atrás, o miliciano conseguiu fugir, mas deixou o aparelho — com o qual a polícia obteve detalhes do grupo paramilitar.

Setores de inteligência acreditam que Garça tenha sido morto a mando de Ecko, em virtude de uma divergência na quadrilha. Ele tinha um mandado de prisão nesta sexta.

A ação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, da Corregedoria Interna da Polícia Militar e da Contrainteligência da polícia. 

 

 

(g1)

 

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