O indiciamento do médico foi protocolado nesta sexta-feira (10), conforme informado pelo advogado da família do garoto, Igor Furtado. A defesa do médico, representado pelo advogado Edmilson Barros, informou que só se manifestará sobre questões técnicas nos fóruns técnicos.
Conforme a Polícia Civil, o outro caso de negligência que teria sido praticado pelo mesmo médico ocorreu no município de Trairi. Não há informações se o paciente também era uma criança e nem em quais circunstâncias aconteceram.
João Gabriel foi a óbito após complicações em decorrência de negligência no atendimento médico em abril deste ano. O laudo cadavérico apontou que a morte da criança foi causada por um choque séptico ocasionado por complicações de pneumonia aguda bilateral. A família soube do resultado por meio de uma entrevista que o delegado do caso deu a uma rádio da cidade.
Ainda conforme a Polícia Civil, durante as investigações sobre a morte de João Gabriel os agentes colheram depoimentos, por meio dos quais foram obtidas informações de que o indiciado não teria realizado procedimentos médicos básicos, necessários ao atendimento da vítima.
O irmão do menino, o influenciador digital Paulo Henrique, narrou a saga da família em busca de atendimento para o garoto. Em uma série de publicações, ele mostrou desde os primeiros atendimentos até o anúncio da morte do menino. O jovem mantém a denúncia de que houve negligência. O médico que atendeu a criança foi afastado e prestou depoimento à Polícia Civil em 25 de abril.
"Óbito em consequência de complicações de pneumonia aguda bilateral devida a Streptococcus pneumoniae. Outros diagnósticos: edema cerebral e necrose tubular aguda", diz um trecho do laudo cadavérico emitido pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o qual o g1 teve acesso.
Ainda de acordo com o documento, o exame detectou a bactéria Streptococcus pneumoniae, que está entre as principais causas da pneumonia e meningite, porém, há ausência de achados morfológicos compatíveis com meningite aguda.
"O crescimento de Streptococcus pneumoniae no exame de cultura de fragmento do pulmão, em fragmento do cérebro e o liquor e a sua detecção por PCR (reação em cadeia de polimerase) no liquor, no sangue e no fragmento de pulmão evidencia septecemia por este agente etiológico. Ausência de achados morfológicos macroscópicos e microscópicos compatíveis com meningite aguda".
(G1/CE)