Fortaleza registrou crescimento da carga viral de coronavírus nos esgotos, conforme a Rede de Monitoramento Covid Esgotos. O órgão emitiu uma nota de alerta informando sobre a elevação significativa em quatro das seis capitais brasileiras acompanhadas: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Fortaleza.
O documento diz ainda que o registro de cargas virais tem sido acompanhado pelo aumento do número de casos da doença. Os dados são referentes às semanas epidemiológicas 25 (de 19 a 25 de junho) e 26 (de 26 de junho a 2 de julho).
Com isto, a Rede alerta que segue sendo necessária a manutenção das medidas de prevenção e controle para a redução da disseminação do vírus causador da pandemia em todas essas cidades. O gráfico abaixo mostra que o aumento de casos positivos de Covid-19 acompanha a carga viral dos esgotos em Fortaleza.
Gráfico mostra dados de Covid-19 e carga viral do coronavírus nos esgotos, em Fortaleza. — Foto: ANA/Reprodução
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4ª onda de covid-19 em Fortaleza: casos voltam subir, mas com sintomas leves
Na semana epidemiológica 22 (de 29 de maio a 4 de junho), a entidade registrou uma carga do coronavírus no esgoto de Fortaleza no patamar de 45,1 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes.
Desde então, as cargas vêm subindo na capital cearense e chegaram a 1,35 trilhão de cópias por dia para cada 10 mil habitantes na semana 26 (de 26 de junho a 2 de julho). Desde janeiro deste ano, não eram registradas cargas virais tão elevadas no esgoto de Fortaleza.
A Rede explica que o valor da carga viral total para o esgoto da capital cearense corresponde à soma das cargas das três estações de tratamento de esgotos monitoradas, que atendem a cerca de 65% da população da cidade.
Monitoramento
A Rede foi lançada em abril de 2021, e acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. O trabalho busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia atual.
Com os estudos o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus.
Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.
A Rede é coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.
(G1/CE)