Golpistas presos em operação contra esquema de financiamento falso são soltos e devem responder em liberdade

 Golpistas já tinham movimentado mais de R$ 1,6 milhão apenas nos 10 primeiros dias de agosto. — Foto: Reprodução

Nove pessoas presas por participação em esquema fraudulento de financiamento foram soltos nesta quinta-feira (11). Os suspeitos — que atuavam como líderes de equipe, coordenador, supervisor e gerente — foram liberados após realização de audiência de custódia e devem responder em liberdade usando tornozeleira eletrônica.

O grupo foi detido durante a operação “Consórcio Contemplado”, ocorrida no Bairro Aldeota, em Fortaleza. Os criminosos tinham como alvo pessoas de baixa renda que planejavam a compra da casa própria ou veículo e já tinham obtido R$ 1,6 milhão apenas nos dez primeiros dias de agosto. Eles foram autuados por estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Segundo o titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), Carlos Teófilo, esse é o maior e mais organizado grupo de todos os alcançados pela operação contra golpe de consórcios premiados, atualmente na quinta fase.

Golpes

Conforme o delegado, os criminosos usaram pelo menos três nomes físicos nas lojas que abriram, todas ligadas ao Consórcio Confia. Os golpistas anunciavam o consórcio em redes sociais prometendo juros baixos e entrega do bem em poucos dias, em seguida ao pagamento da entrada. Assim, as vítimas eram levadas à assinatura de contratos.

Ao perceberem se tratar de um consórcio, as vítimas pediam para cancelar participação nas operações. O grupo, porém, alegava possibilidade de quebra de contrato e pagamento de multa rescisória, correspondentes a valores pagos na entrada. As vítimas chegavam a investir quantias de R$ 2 mil a R$ 50 mil.

Intimidadas, as vítimas seguiam coagidas pelo esquema, que indicava recebimento dos bens em cinco anos, e seguiam pagando mensalidades para uma empresa inexistente. Até o momento, sete vítimas do esquema criminoso buscaram a polícia.

Durante o flagrante, 63 pessoas estavam no local. Além dos nove presos, havia 54 vendedores, com pouco tempo de contrato e aparentemente sem conhecimento do esquema. O administrador do condomínio relatou à polícia que a empresa tinha grande rotatividade, de pessoas geralmente jovens. Os vendedores foram ouvidos e identificados.

Durante a ação policial, também foram apreendidos documentos, celulares e computadores usados pelo grupo. A polícia pediu bloqueio de bens para reparar as vítimas, além da recuperação de ativos e contas escondidas. 

 

 

(G1/CE)

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