A praia do Icaraí passa por transformações que visam reverter os prejuízos causados pelo avanço do mar na região. Na manhã desta terça-feira, 23, o primeiro dos 11 espigões previstos para a orla do município de Caucaia foi entregue pelo prefeito Vitor Valim, juntamente com a governadora do Ceará, Izolda Cela.
No local, é possível observar bolsões de areia que se formaram em uma área próxima ao primeiro espigão finalizado. Com 431 metros, a estrutura já influi na recuperação da faixa de areia da praia, que havia sido tomada pelo mar.
De acordo com André Daher, secretário de Infraestrutura da cidade, o espaço deverá ficar ainda maior nos próximos anos.
"Também passaremos por uma obra de engorda da praia, porque onde não for engordado naturalmente, nós queremos deixar uma praia de, pelo menos, 40 metros", explica.
Segundo o titular da pasta, a expectativa é de que os 11 espigões sejam entregues ainda no atual mandato do prefeito Vitor Valim.
Sobre o processo de ampliação da faixa de areia, o secretário relata que é preciso um novo processo de licenciamento e uma nova licitação. Daher destaca que a praia do Icaraí não será a única contemplada no projeto.
"É exatamente a dragagem, como Fortaleza fez. Nós pretendemos tirar areia da plataforma continental e bombeá-la para a nossa praia, garantindo uma faixa de 40 metros em toda a extensão desse 11 espigões", o que contemplaria as praias do Pacheco e da Tabuba, que também sofrem com o avanço das águas.
Atualmente, a construção dos espigões encontra-se na primeira fase, na qual está prevista a construção de três das 11 estruturas até o mês de outubro. Além da conclusão do primeiro espigão, o segundo encontra-se com 80% do serviço finalizado e o terceiro com pouco mais de 15%.
O investimento da primeira etapa é de R$ 44 milhões e foi realizado por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Caucaia e o Governo do Estado.
Ainda de acordo com o secretário de Infraestrutura, o problema do avanço do mar em Caucaia foi causado pelas obras do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, realizadas na década de 1940. Com o intuito de evitar que o problema seja repassado para o município seguinte (São Gonçalo do Amarante), os espigões de Caucaia possuem formato de serpente.
"Esse tipo de espigão, nesse modelo serpente, só barra o resíduo necessário e permite que passe o restante. Esse modelo não causa esse dano que foi causado no século passado", finaliza.