Manchas de óleo reaparecem na Praia do Futuro e mais 8 praias do Ceará

 Fragmentos de óleo encontrados na areia da Praia do Futuro, em Fortaleza(foto: FCO Fontenele)

Mais uma vez, manchas de óleo foram encontradas em praias do Ceará. Na quinta-feira, 22, o Instituto de Meio Ambiente de Caucaia (Imac) confirmou a presença do material oleoso nas praias de Praia do Icaraí, Praia da Tabuba e Iparana.

No dia seguinte, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Sema) listou a presença dele em outras seis praias de Fortaleza, da Região Metropolitana e do Litoral Leste.

As informações são de um informe geral emitido na sexta-feira, 23, pelo secretário do Meio Ambiente do Estado do Ceará, Artur Bruno; pelo cientista-chefe em Meio Ambiente, o professo Luís Ernesto Arruda Bezerra; pelo coordenador científico do Planejamento Costeiro e Marinho do Ceará, Eduardo Lacerda Barros; e pela Coordenadoria de Desenvolvimento Sustentável (Codes) aos Secretários Municipais de Meio Ambiente dos Municípios da Linha de Costa do Estado do Ceará.

Os informes por parte de banhistas e de moradores das comunidades sobre o ressurgimento do óleo nas praias têm ocorrido desde o último domingo, dia 18 de setembro, segundo Fábio de Oliveira Matos, professor do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (Labomar/UFC).

"Justamente por conta desse ressurgimento do óleo ao longo dos últimos dias, foram emitidos alertas para as prefeituras do estado do Ceará sobre a possibilidade de ressurgimento do óleo, o que de fato acabou vindo a acontecer, sendo localizados fragmentos nas praias do Porto das Dunas, Sabiaguaba e Praia do Futuro", afirmou o também coordenador do Observatório Costeiro e Marinho, vinculado à Sema.

Atualmente, o material está sendo analisado por pesquisadores do Labomar, que tentam identificar a sua origem. "Em uma coleta ao longo de 200 metros na Praia do Futuro, pesquisadores fizeram a coleta de 2,8 kg de resíduo, que estão sendo analisados via laboratório", afirma.

Ao todo, nove praias foram atingidas por resíduos de óleo no segundo semestre de 2022, conforme o documento da Sema:

  1. Praia do Morro Branco (Litoral Leste - Beberibe);
  2. Praia do Porto das Dunas (Fortaleza e Região Metropolitana - Aquiraz);
  3. Praia da Sabiaguaba (Fortaleza e Região Metropolitana - Fortaleza);
  4. Praia do Futuro (Fortaleza e Região Metropolitana - Fortaleza);
  5. Praia do Cumbuco (Fortaleza e Região Metropolitana - Caucaia);
  6. Praia do Cauípe (Fortaleza e Região Metropolitana - Caucaia);
  7. Praia do Icaraí (Fortaleza e Região Metropolitana - Caucaia);
  8. Praia da Tabuba (Fortaleza e Região Metropolitana - Caucaia);
  9. Iparana (Fortaleza e Região Metropolitana - Caucaia).

Além das praias cearenses, já foram encontradas manchas de óleo em outros estados do Nordeste. É o caso da Bahia, de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

No documento, é solicitado que as Secretarias Municipais das cidades costeiras "enviem equipes de monitoramento para avaliar 'in loco' a presença de óleo, visando dar celeridade às ações resposta rápidas ao aparecimento de óleo nas praias". 

"Em caso positivo de manchas de óleo, pedimos atenção para que a limpeza das praias seja realizada o mais breve possível, buscando, assim, evitar o contato de animais com esse material", complementa o documento.

Caso sejam encontradas tartarugas vivas, o documento alerta para que elas não sejam devolvidas para o mar. "Em casos de tartarugas vivas, mortas, ou ninhos entrem em contato com o Instituto Verdeluz. Para casos de tartarugas oleadas entrem em contato com a Aquasis."

Aos banhistas que encontrarem manchas de óleo, o professor Fábio de Oliveira Matos alerta que não se deve tocar diretamente no resíduo.

Além disso, quando possível, o ocorrido deve ser informado imediatamente à Secretaria Municipal do Meio Ambiente da cidade em que se está (ou ao órgão equivalente, no caso de autarquias) ou ainda à Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará.

"Esse contato e essa comunicação direta com as secretarias municipais e a própria Sema vão ser muito importantes para que seja possível realizar o monitoramento e o acompanhamento do ressurgimento do óleo ao longo do estado do Ceará", destaca.

Manchas de óleo têm aparecido no litoral do Nordeste pelo menos desde 2019. Em 2021, investigação da Polícia Federal atribuiu a responsabilidade a poluição lançada por um navio de origem grega.

 

O Povo

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