Procuradora agredida por colega aprova decisão da Justiça de negar troca de prisão por internação e espera exoneração do agressor

 Vídeo flagra procuradora sendo brutalmente agredida em prefeitura em São Paulo

Gabriela Samadello Monteiro de Barros, a procuradora-geral que foi agredida pelo colega de trabalho Demétrius Oliveira Macedo dentro da prefeitura de Registro, afirmou ao g1 nesta sexta-feira (16), que ficou satisfeita quando soube que a Justiça indeferiu o pedido para que Demétrius tivesse a prisão preventiva substituída por internação provisória. Ela também declarou que aguarda que ele seja exonerado do cargo.

O advogado do réu, Marco Antônio Modesto, contratou o psiquiatra forense Guido Palomba, que fez um laudo afirmando que Demétrius tem esquizofrenia paranoide [sofre de alucinações] e que precisa ser internado em um local propício e não permanecer em unidade prisional.

Com base no parecer, a defesa pediu que o juiz substituísse a prisão preventiva pela internação provisória em hospital psiquiátrico particular, ou que fosse encaminhado a um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, porém, o pedido foi negado.

Agressor de procuradora foi notificado sobre abertura de processo administrativo — Foto: Reprodução

A procuradora revelou que já imaginava que o psiquiatra Guido daria um parecer nesse sentido, pois, segundo ela, desde o começo ele frisava que ‘Demétrius é doente mental’. Gabriela ressaltou que Demétrius contratou o profissional para dar um parecer favorável para ele.

“O que mais me chamou atenção no parecer do médico foi que o Demétrius não se arrependia de ter cometido o crime, mas sim de ter infringido a lei. Isso demonstra que ele não é inimputável perante a lei, pois a lei só considera uma pessoa inimputável quando ela não tem consciência daquilo que está cometendo. Ele tinha consciência do que ele estava fazendo era errado”, afirmou.

A vítima das agressões disse que acredita que o agressor não tenha problemas de saúde, e que ficou satisfeita com a decisão do juiz, afirmando que o magistrado agiu com cautela, tendo uma decisão acertada em negar o pedido de internação do procurador.

“Se ele [o Demétrius] tivesse delírio persecutório [achar que é vítima de perseguição], ele teria agredido todo mundo, não só a mim. O processo está em fase de instrução, a perícia oficial ainda vai acontecer. Ainda que ele seja considerado inimputável, ele oferece riscos não só pra mim, mas para outras pessoas que convivem com ele. Ele não tem condições de viver em liberdade. A justiça está no caminho correto”, declarou.

Em relação ao processo administrativo, feito pela prefeitura de Registro, a procuradora-geral disse que está aguardando o desfecho e espera que Demétrius seja exonerado. A administração municipal voltou a pagar o salário de R$ 7 mil ao procurador, mesmo ele estando preso.

“Não é justo que toda a população pague, e que o erário [dinheiro público] continue pagando uma pessoa dessas. Espero que a Justiça seja feita também administrativamente, e que não tenha no quadro da prefeitura uma pessoa inidônea, machista, violenta e que nada agrega para o serviço publico”, desabafou.

Procuradora foi agredida por diversas vezes no rosto por colega de prefeitura — Foto: Arquivo pessoal

Relembre o caso

A procuradora-geral do município de Registro, no interior de São Paulo, foi agredida por um colega dentro da própria prefeitura, onde trabalham. Gabriela Samadello Monteiro de Barro, de 39 anos, ficou com o rosto ensanguentado após levar socos e pontapés.

A ação foi filmada por outra funcionária do setor, e as imagens mostram o também procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, espancando a vítima. Ele foi preso dias depois, na manhã de 23 de junho, em São Paulo. A justiça havia determinado a detenção dele no dia anterior.

Durante o ato criminoso, ele a xinga diversas vezes e, inclusive, empurra demais profissionais que tentam impedir os golpes.

G1

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