Air France e Airbus vão a julgamento 13 anos após acidente aéreo

 Acidente com avião da Air France em 2009

Mais de 13 anos depois que um avião da Air France caiu no Oceano Atlântico, matando todas as 228 pessoas a bordo, a companhia aérea e a fabricante francesa de aeronaves Airbus serão julgadas em um tribunal de Paris na próxima semana. Parentes das vítimas ainda buscam "luz no fim de um longo túnel".

O voo 447, que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, desapareceu na escuridão durante tempestade em 1º de junho de 2009.

Após busca de dois anos pelas caixas-pretas do A330, investigadores franceses descobriram que os pilotos lidaram mal com a perda temporária de dados dos sensores, que ficaram congelados, e levaram a aeronave, de 205 toneladas, para um estol aerodinâmico, ou queda livre, sem responder aos alertas.

A agência de acidentes BEA também divulgou que a Air France havia expressado preocupação sobre o aumento dos incidentes de congelamento, antes do desastre, e começou a receber sondas de velocidade aprimoradas. Especialistas dizem que os papéis relativos do erro do piloto ou do sensor, bem como exibições erráticas ou fadiga, serão fundamentais para o julgamento histórico.

A audiência de abertura na segunda-feira (10) marcará a primeira vez que empresas francesas serão diretamente julgadas por "homicídio involuntário", após acidente aéreo, em vez de indivíduos.

Embora a reputação corporativa e uma catarse há muito esperada para as famílias estejam em jogo, o julgamento de nove semanas não deve levar a penalidades financeiras significativas. No entanto, especialistas dizem que quantias maiores foram pagas em indenizações ou acordos no âmbito cível.

Mesmo assim, o AF447 provocou ampla revisão sobre treinamento e tecnologia e é visto como um dos poucos acidentes que mudaram a aviação. As reformas, no entanto, seguiram o ritmo metódico da regulamentação global ou ficaram atoladas em desacordos da indústria.

Entre dezenas de recomendações de segurança, especialistas dizem que a investigação levou a mudanças críticas na forma como os pilotos são treinados para lidar com problemas no ar ou perda de controle.

Embora as caixas-pretas forneçam pistas importantes, o julgamento pode reacender longa disputa sobre privacidade - se as cabines dos pilotos também devem ser monitoradas visualmente para decifrar futuros acidentes, especialmente agora que as câmeras de segurança fazem parte da vida cotidiana.

 

 

(Agência Brasil)

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