Está com 18 anos? Saiba quais vacinas devem constar na sua caderneta de vacinação

 Esquema vacinal está em constante atualização e é essencial manter as vacinações em dia

Manter a caderneta de vacinação atualizada é uma das formas mais eficientes de prevenir diversas doenças, como a febre amarela, meningite e poliomielite. Mas quais vacinas devem estar na caderneta de um jovem com 18 anos para que a imunização seja considerada completa?

De acordo com a faixa etária, dados do Ministério da Saúde apontam que, durante a infância (entre zero e dez anos) e em concordância com o esquema vacinal da época, o indivíduo deve ter tomado:

Atenção, esse não é o esquema vacinal da atualidade, corresponde ao período de 2004 a 2014.

• BCG (Bacilo Calmette-Guerin)
Prevenção: formas graves de tuberculose (meníngea e milia).
Dose: única
Idade recomendada: ao nascer

• Hepatite B recombinante
Prevenção: infecção pelo vírus da hepatite B
Dose: uma
Idade recomendada: ao nascer

• Pentavalente
Prevenção: difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae B e hepatite B
Dose: três
Idade recomendada: dois meses, quatro meses e seis meses, respectivamente

• DTP
Prevenção: difteria, tétano e pertussis
Doses: duas de reforço
Idade recomendada: 15 meses e quatro anos, respectivamente

• Poliomielite 1,2,3 (VIP - vacina inativada poliomielite)
Prevenção: infecção pelo vírus da pólio
Dose: duas
Idade recomendada: dois e quatro meses, respectivamente

• Poliomielite 1, 2 e 3 (VOP - vacina oral poliomielite)
Prevenção: infecção pelo vírus da pólio
Dose: uma
Idade recomendada: seis meses

• Pneumo 10
Prevenção: infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia) e OMA (otite média aguda)
Dose: três
Idade recomendada: dois, quatro e seis meses, respectivamente

• Pneumo 10 (reforço)
Dose: duas
Idade recomendada: 12 e 15 meses, respetivamente

• Rotavírus humano G1P1
Prevenção: diarreia por rotavírus
Dose: duas
Idade recomendada: dois e quatro meses, respectivamente

• Meningocócica C (conjugada)
Prevenção: meningite meningocócica tipo C 
Dose: duas
Idade recomendada: três e cinco meses, respectivamente

• Febre amarela
Prevenção: febre amarela
Dose: fluida
Idade recomendada: a partir dos nove meses de idade e uma a cada dez anos

• Tríplice viral
Prevenção: sarampo, caxumba e rubéola
Dose: duas (a primeira com a tríplice viral e a segunda dose com a vacina tetra viral)
Idade recomendada: 12 e 15 meses, respectivamente

• Hepatite A
Prevenção: hepatite A
Dose: uma
Idade recomendada: 12 meses

Já considerando à adolescência (entre 11 e 19 anos), os imunizantes que devem compor a caderneta, são:

Atenção, esse não é o esquema vacinal da atualidade, corresponde ao período de 2004 à 2022.

• DT
Prevenção: difteria e tétano
Dose: fluido
Idade recomendada: a partir dos sete anos de idade, e uma a cada dez anos

• HPV (meninas)
Prevenção: infecção pelo papiloma vírus humano
Dose: duas (intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda)
Idade recomendada: de 9 a 13 anos de idade

• Febre Amarela
Uma dose se nunca tiver sido vacinado e reforço caso tenha recebido uma dose antes de completar cinco anos

• Hepatite B recombinante
Três doses (iniciar ou completar o esquema, de acordo com situação vacinal)

• Tríplice viral
Iniciar ou completar duas doses, de acordo com situação vacinal

Vacinas anuais e conforme campanha do ministério: influenza e gripe.

Nos dias atuais, existem outras vacinas que integram o PNI (Programa Nacional de Imunizações), já que é comum que o Ministério da Saúde atualize os imunizantes conforme a necessidade do momento e os avanços da ciência.

Caso você não tenha tomado uma das vacinas citadas anteriormente, ou que estão disponíveis apenas agora para o público infantil, não há com o que se preocupar.

“As vacinas têm um grupo alvo a ser vacinado. O Ministério da Saúde define esses grupos pelo maior risco de adoecimento por faixa etária. Por exemplo, pentavalente, difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus [influenzae], influenza B, acontece mais em crianças, por isso o ministério define [a imunização]”, explica a epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do PNI (2011-2019).

Essas definições levam em conta as características “da vacina e da situação epidemiológica daquela doença”. Sendo assim, se o indivíduo já ultrapassou a idade recomendada e não tomou determinado imunizante, só precisará tomar caso haja, por exemplo, um surto da doença.

Um exemplo é o que acontece agora na capital paulista. Após um surto de meningite em dois distritos da zona leste (Aricanduva e Vila Formosa), a prefeitura convocou todos os moradores, independente da faixa etária, para se vacinar. 

“Se ela [doença] é um risco à população adulta, como problema de saúde pública, não um risco individual - esse sempre vai ter -, estende a vacinação para a população adulta”, diz Carla.

A epidemiologista ressalta que a estratégia de São Paulo vai justamente neste sentido.

"Você identifica onde está acontecendo o surto e pode até vacinar adultos, faz uma ação que a gente chama de bloqueio - vai vacinar para evitar que outras pessoas fiquem doentes."

Apesar de parte dos imunizantes serem destinados a situações epidemiológicas específicas, há vacinas que ainda devem fazer parte da caderneta do adulto.

“Hepatite B, DT, tríplice viral, febre amarela e gripe. Por exemplo, a tríplice viral é recomendada com um ano de vida, mas em função de a doença acontecer em adultos também com uma maior gravidade, ela é, hoje, recomendada até para a população de até 59 anos”, informa Carla.

E acrescenta: “A hepatite B, se não tomou na infância, tem que tomar na fase adulta três doses. A tríplice viral, se também não tem duas doses na infância, tem que ter duas doses até 29 anos, e a partir de 30 até 59 anos tem que ter uma. DT, que é difteria e tétano, você tem que tomar a cada 10 anos”.

Ainda há a opção de fazer a imunização das vacinas faltantes (fora da faixa etária) em clínicas privadas, mas isso segue alguns critérios.

“Se você passou daquela fase que é recomendada pelo Ministério da Saúde, infelizmente, você não vai mais receber a vacina dentro do Programa Nacional de Imunizações, mas pode buscar na área privada. Se aquela vacina tiver recomendação em bula, se ela for autorizada para a população, aí pode [tomar]. Ela precisa ter a autorização da Anvisa para vacinar além do público infantil”, afirma a epidemiologista.

Um exemplo prático: vacinas como a meningocócica ACWY (imunizante mais atualizado contra as meningites e as doenças meningocócicas causadas pela bactéria meningococo) e a HPV, apesar de não contemplarem mais o PNI das pessoas com mais de 18 anos, podem ser tomadas em clínicas privadas.

“HPV é recomendada só para adolescentes de 9 a 14 anos, mas é autorizada até 45 anos. Infelizmente, não são vacinas baratas, elas têm um preço mais elevado. Então, vai depender da condição socioeconômica da pessoa, se ela tiver recursos financeiros, é um investimento em qualidade de vida e na proteção da sua saúde”, ressalta Carla.

O mais importante é acompanhar sempre o site do Ministério da Saúde, para estar ciente das vacinas disponíveis para a sua faixa etária, principalmente pessoas com alguma comorbidade, e manter a caderneta de vacinação atualizada e em segurança.

O recomendado é comparecer uma vez ao ano à unidade de saúde mais próxima para avaliar o esquema vacinal. Hoje, por exemplo, todos devem ter ao menos uma dose da vacina contra a febre amarela.

R7

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