‘Menina muito doce’, diz avó de garota morta pela amiga por ciúme

 Ana Lívia, à direita, ao lado da mãe, Jessica

“Não tem o que falar, ninguém tem uma vírgula para falar da Ana Lívia”, disse Maria do Carmo Higino à reportagem do Balanço Geral.

Emocionada, a mulher relatou que ajudou a filha, Jessica Higino, na criação de Lívia.

“Ajudei na educação dela. Sempre me ouviu, sempre foi uma menina muito boa, muito doce, muito companheira”, lamentou Maria, chorando.

Em sua conta no Facebook, Jessica Higino publicou um comovente texto de despedida para a filha, morta pela amiga na terça (27), em Taubaté, no interior paulista.

“Por você eu vou lutar, por você eu vou sorrir, por você eu vou viver. Descanse nos braços do papai Marcelo. Eu cuidei de ti por 13 anos, e agora ele vai te cuidar pela eternidade”, escreveu Jessica.

A autora do ataque tinha 12 anos e a matou por conta da amizade de Lívia com uma outra colega de escola, segundo a investigação. A arma utilizada era de um parente, e foi apreendida pela polícia.

Na publicação feita no Facebook, Jessica descreve a filha como uma “aluna nota 10” e agradeceu à menina por escolhê-la como mãe.

“Foi uma honra imensa ter você em minha vida, obrigada por ser minha amiga, minha companheira, me fazer gostar de Chiquititas. Ahhh, só você mesmo. Obrigada pelo orgulho de ser aluna nota 10, pelas risadas e piadas que só nos duas tínhamos, agora nós vamos seguir por caminhos diferentes, aqui vai ser difícil sem você”, disse a mãe.

O assassinato ocorreu na casa da vítima. Após ser acionada e passar pela residência de Ana, a polícia encontrou imagens de câmeras de monitoramento que exibiram a autora do disparo entrando na casa da amiga.

Os agentes se deslocaram, então, à escola onde as duas estudavam, onde encontrou a menina. Acompanhada do pai e de uma irmã mais velha, ela foi até a delegacia, prestou depoimento e confessou ter matado a amiga.

O motivo do ataque foi, segundo a própria autora, o ciúme da amizade da vítima com uma outra colega de escola, como confirmou o delegado Vinícius Garcia, do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

“Quando questionada, confessou que tinha matado a colega por problemas de questão afetiva, de amizade entre ambas”, disse Garcia.

A respeito da arma usada para matar Ana Lívia, a menina relatou ter pego na casa de um familiar, mas os investigadores ainda não sabem quem seria o proprietário.

Para não prejudicar a apuração sobre o armamento, o delegado não divulgou mais detalhes.
A adolescente foi apreendida e mantida na Fundação Casa após o ato infracional. A Justiça avaliará se ela continuará na instituição.

 

R7

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