Um tremor de terra de magnitude 2.8 foi registrado no município de Jaguaretama, a 245 quilômetros de Fortaleza, na manhã desta segunda-feira, 24. O evento sísmico foi registrado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis).
Este é o segundo tremor de terra registrado no Ceará neste mês de outubro. O primeiro aconteceu na última terça-feira, 18, na cidade de Irauçuba, com 1.6 de magnitude. A Defesa Civil do Ceará informou que o evento ocorrido em Jaguaretama não ocasionou danos ao município, assim como à população.
Um vídeo de uma câmera de segurança registrou o momento que a cidade tremeu. Nas imagens, é possível ver quando a região começa a tremer seguido de um forte barulho.
Ainda segundo a Defesa Civil, o fenômeno é natural. No entanto, orientou que caso mais um abalo sísmico seja registrado, é importante salientar que as pessoas saiam de casa e procurem um local aberto.
De acordo com geofísico ligado ao LabSis, Eduardo Menezes, um terremoto dessa magnitude pode ser sentido em até 30 quilômetros distantes do epicentro. Ele explicou o que pode levar o evento à região.
“Normalmente, esses tremores são provocados por falhas geológicas, que entram em atividade e geram essas vibrações que são sentidas pela população”, disse Eduardo.
A comerciante Fernanda Portes Carneiro, 29, comentou que sentiu a terra tremer por volta das 13 horas. “Minha casa é de dois andares e, no momento, eu estava com meu filho e meu pai. Na hora, eu senti uma pressão muito forte. Comecei a me tremer porque eu nunca tinha presenciado algo assim”, comenta.
Ainda segundo a comerciante, que trabalha em um estabelecimento no Centro de Jaguaretama, muitas pessoas da cidade comentaram que também sentiram o tremor.
“Ouvi muitos relatos de pessoas que disseram que o tremor deixou rachaduras na parede e alguns móveis chegaram a cair”, disse.
O tremor de terra em Jaguaretama foi o segundo abalo sísmico registrado neste mês de outubro. Até o momento, o Ceará registrou 56 eventos sísmicos de tremor de terra em 2022, sendo o mês de março o período com mais registros, 12 ao total.
Ainda segundo dados do LabSis, a cidade de Canindé, no Sertão Central do Estado, teve mais registros até agora, sete ao todo. Em seguida, aparece Sobral, no Norte do Ceará, com cinco eventos registrados.
Eventos sísmicos no Ceará em 2022
Conforme o geofísico Eduardo Menezes, as atividades sísmicas não têm uma especificidade. “Um fenômeno da natureza não se prevê em nenhum lugar do planeta. O que o estudo da sismologia faz são os mapeamentos em áreas que eles ocorrem, com isso podemos conhecer melhor os riscos e danos que esses tremores podem causar”, explica.
O especialista salienta a importância desse monitoramento e mapeamento, principalmente para o desenvolvimento de uma região que pode depender do quão grande é o risco dos eventos. “As informações são usadas para melhorias das estruturas e investimentos nessas áreas, dando uma maior segurança”, destaca.
O técnico do LabSis explica que as regiões em que vem ocorrendo mais registros, como Canindé, são áreas já mapeadas pelo Laboratório.
“Na região, já foram feitos vários trabalhos e palestras que até hoje são acompanhadas pelo monitoramento do LabSis, em que é dado todo suporte de informações às Defesas Civis, tanto dos municípios como também do Estado. Isso para que esses órgãos possam aplicar nas ações de necessidades de assistência”, pontua.
(O Povo)
