Silvio Almeida diz que apura denúncia de 30 adolescentes grávidas de garimpeiros na Terra Yanomami

Povo Yanomami vive no maior território indígena do Brasil — Foto: Valéria Oliveira/g1 RR/Roraima
Foto: Valéria Oliveira/g1 RR/Roraima

 

O governo federal apura a denúncia de que 30 meninas Yanomami foram abusadas e engravidaram de garimpeiros ilegais na Terra Yanomami. A informação é do ministro de Direitos Humanos (MDHC) e da Cidadania, Silvio Almeida.

A informação sobre o estupro das meninas foi reportada ao MDHC em uma das reuniões da equipe à capital para apurar possíveis violações aos direitos humanos dos indígenas. Uma das primeiras reuniões foi com lideranças locais, em que, após ouvi-los, os secretários afirmam que os indígenas vivem um "cenário de insegurança" no território.

"Os garimpeiros têm sempre uma louca vontade de transar. Quando as pessoas disseram que eles se aproximavam, eu fiquei com medo. Por isso, desde que ouço falar dos garimpeiros, eu vivo com angústia", citava um dos relatos.

Entenda como funciona o garimpo ilegal na terra Yanomami e os danos causados na região

Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma das piores crises sanitárias da história em três décadas de demarcação. Devido ao avanço do garimpo ilegal na região, crianças e adultas enfrentam casos severos de desnutrição e malária.

A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados, e devasta o meio ambiente, com desmatamento, poluição de rios com mercúrio e espanta a caça - recursos naturais dos indígenas.

Crise humanitária Yanomami

A Terra Yanomami é o maior território indígena do país, com mais 10 milhões de hectares distribuídos no Amazonas e Roraima, onde fica a maior parte. São cerca de 30 mil indígenas que vivem na região, incluindo os isolados, em 371 comunidades.

Fantástico mostra a tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami — Foto: Fantástico/ Reprodução
Foto: Fantástico/ Reprodução


Por isso, a região está em emergência de saúde desde o dia 20 de janeiro, conforme decisão do governo Lula. Inicialmente por 90 dias, órgãos federais auxiliarão no atendimento aos indígenas.

O Supremo Tribunal Federal apura se o governo Bolsonaro prestou informações falsas sobre assistências oferecidas ao povo Yanomami. O ministro Luís Roberto Barroso determinou que autoridades sejam investigadas por suspeita de crime de genocídio.

Quando deputado federal, em 1993, Bolsonaro propôs o fim da demarcação de terras aos Yanomami porque, dentre outros motivos elencados por ele, aquela região era rica em "madeiras nobres e metais raros". 

 

 

(g1)

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