Pai de menina desaparecida no RJ fala da angústia pela falta de notícias da filha

Alessandra Rangel segue desaparecida — Foto: Reprodução/Redes sociais
 

Na sexta-feira (10), que marcou o quarto dia de buscas pela menina, o pai conversou com o g1 para falar sobre a procura, a falta de notícias e o que tem vivido.

"Sigo procurando, rodando tudo nas ruas do bairro, vendo se alguém sabe de alguma coisa, se viu alguma coisa, mas nada. Nenhuma notícia, nem aqui, nem da polícia", disse sobre a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), onde o caso está sendo investigado.

Alessandro, qua havia voltado para a casa por volta das 18h, depois de mais um dia de buscas, falou ainda da mulher, Flávia Cristina, que segue com a pressão arterial alta, e dele mesmo.

"Ela ainda está passando mal, com a pressão alta. Eu também passei mal, a pressão foi a 17 na segunda-feira, e hoje está em 14 por 10", disse sobre ainda não ter se recuperado completamente.

Alessandra Rangel segue desaparecida — Foto: Reprodução/Redes sociais

Cansado, fragilizado e sem notícias da filha, Alessandro diz que o sentimento é um só: desespero.

"O sentimento que tenho é o de desespero. Desespero pela falta de notícias, de não saber onde ela está, de saber que não vai dormir na caminha dela. A cada dia que passa, aumenta o desespero", diz.

Desaparecimento e foto para a família

Alessandra Rangel saiu de casa, em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, por volta das 6h30, do dia 6 de março para ir à escola, mas não assistiu às aulas. A adolescente foi vista pela última vez conversando com um homem desconhecido nos arredores do colégio.

Após o sumiço, o aparelho celular da menina foi usado para fazer contato com a família na terça-feira (7), mas os parentes desconfiaram da mensagem e da foto de Alessandra que foi enviada.

Foto de Alessandra enviada para família — Foto: Reprodução

"Parece que ela foi obrigada a fazer aquela foto para a gente parar de procurar. Está com um olhar triste. Aparenta estar dentro de um carro. Disse para a prima que era um carro de aplicativo, mas é mentira. Alessandra saiu sem dinheiro", contou ao g1 a tia de consideração da menina, Jéssica Eller.

Outro ponto que levantou suspeitas foi a mensagem que acompanhou a foto, que não parecia com o jeito de Alessandra escrever.

"A mensagem estava escrita toda certinha, com ponto, com vírgula. Alessandra não escreve assim. Não parece que foi ela que escreveu", disse Jéssica.

Perfil falso na internet

Todas essas informações já foram repassadas para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que já descartou que a jovem tenha fugido com um suposto jovem com quem falava pelo TikTok e que seria de Minas Gerais.

De acordo com Jéssica Eller, um primeiro rastreio e cruzamento de informações feitos pela família apontaram que o perfil do jovem é falso e que uma outra pessoa, um homem mais velho, pode estar com a jovem.

"Está praticamente descartada a possibilidade de ela estar com o menino do TikTok, que é um perfil falso. A gente acredita que ela foi enganada e está obrigada a ficar em algum lugar, e não manter contato com a família", disse Jéssica.

Perguntada sobre a sobrinha, Jéssica descreve Alessandra como uma menina tranquila e de bom relacionamento com a família.

"É uma menina tranquila, nunca deu trabalho em nada, sempre dividia tudo com a família. Tanto é que o pai sabia que ela estava conversando pelo TikTok. Ela nunca faltou aula, só quando estava doente e agora nesses dias. A mãe dela, os pais, são muito cuidadosos com ela. Alessandra nunca saía sozinha", diz a tia.

Na quarta-feira (8), a Delegacia de Descoberta de Paradeiros emitiu um cartaz com os dados de Alessandra, usando a foto enviada pela jovem, que é a mais recente. Na terça-feira (7), o Disque-Denúncia já havia pedido ajuda com informações que pudessem indicar o paradeiro da menina.

Além do uniforme, familiares disseram que Alessandra levou um vestido rosa e um tênis novo. O celular da adolescente foi desligado.

Quem tiver informações que possam ajudar na investigação pode ligar de forma anônima para os números (21) 2253-1177 / 0300 253 1177 (interior) ou enviar uma mensagem para o WhatsApp dos Desaparecidos no +55 21 98849-6254

G1

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