Funcionário da gestão Valim acusa vice-prefeito de usar verba pública para pagar gogo boys

 Funcionário da gestão de Vitor Valim fez acusações direcionadas ao vice-prefeito, Deuzinho Fi...

 

Em mais um capítulo do rompimento político entre os gestores de Caucaia, um funcionário da gestão do prefeito Vitor Valim (sem partido) usou as redes sociais para acusar o vice-prefeito Deuzinho Filho (União Brasil) de usar o dinheiro do gabinete para pagar “gogo boys”. O termo é uma denominação usada para dançarinos especializados em entretenimento do público adulto.

Em uma transmissão na noite desta segunda-feira, 24, Adriano Silva Martins, conhecido como Adriano Neguim, acusa Deuzinho de usar verbas do gabinete para despesas pessoais. Ele considerou positivo que estariam acontecendo cortes nas verbas que deveriam ser repassadas à pasta gerida pelo vice-prefeito. “O dinheiro tem que ser cortado mesmo. Se for para fazer o bem da população de Caucaia”, afirmou.

E segue: “O dinheiro do gabinete do vice-prefeito hoje em Caucaia é somente para disseminar o ódio e as fake news. Não podemos deixar de falar que o dinheiro também está indo para os gogo boys, para seus assessores, para ir para a academia com o carro da prefeitura“, acusa Adriano. A transmissão não está mais disponível nas redes sociais do funcionário.

Adriano aparece no site da prefeitura de Caucaia com data de admissão em janeiro de 2022 na Secretaria Municipal de Governo. Segundo as informações da plataforma, ele seria gerente de núcleo. Ele foi candidato ao cargo de vereador nas eleições municipais de 2020, ficando na suplência do Pros, e chegou a assumir a função na Câmara Municipal.

Deuzinho e seus aliados políticos, liderados pelo ex-deputado federal e presidente estadual do União Brasil, Capitão Wagner, tacharam as falas de "homofóbicas". “Eu já fui expulso do gabinete, já levei grito do prefeito, eu já levei vários ‘carões’ do prefeito e agora um assessor dele me atacando inclusive no pessoal”, disse o vice -prefeito nas rede sociais.

Ele afirmou que irá acionar a Justiça pelas falas e direcionou mensagem cobrando diretamente o prefeito. “Vou acionar todos os meios jurídicos. Adriano Neguim não vai ficar impune dessas acusações homofóbicas contra mim. Prefeito Vitor, não use um rapaz desse, que inclusive não tem informação para estar atacando as pessoas como ele está fazendo”, ressaltou. Ao O POVO, ele disse que não conseguiu resposta do prefeito sobre o caso.

Wagner também se pronunciou e criticou o que chamou de desrespeito no debate político. “Eu acho que em um debate político cabe a crítica, o contraponto, a discussão, mas o desrespeito não pode ser, em nenhum momento, apoiado por ninguém”, disse.

O assunto chegou à Assembleia Legislativa (Alece) na manhã desta terça-feira, 25. Os deputados Sargento Reginauro e Felipe Mota, ambos do União Brasil, usaram o tempo na Casa para falar sobre o caso e pedir o afastamento do funcionário. “É inadmissível que um funcionário público, que recebe dinheiro da sociedade, seja homofóbico e desrespeitoso com uma autoridade municipal", afirmou Filipe Mota, que foi chefe de gabinete de Valim e foi exonerado para concorrer ao cargo de deputado. 

E disparou direcionado ao prefeito: "Aqui é seu amigo que tem moral para dizer o que quero com você e você comigo, que chame a secretária do seu município e demita esse homofóbico irresponsável, que colocou em xeque o que pensa de um cidadão".  

Em aparte, Reginauro se solidarizou com o vice-prefeito e cobrou de Valim um posicionamento. “Eu não espero outra postura do Vitor Valim que não seja a demissão. Um servidor foi homofóbico com uma pessoa que tem história de vida. Inaceitável, principalmente de um agente público, expor as pessoas dessa forma”, avaliou.

O POVO entrou em contato com a assessoria do prefeito, mas não houve retorno até o momento. Caso haja resposta, a matéria será atualizada. 

Eleito com parte da oposição estadual, Valim se aproximou do Governo do Estado ainda na gestão de Camilo Santana (PT). Enquanto isso, Deuzinho continuou ligado a Wagner.  O vice-prefeito diz que, após as eleições, quando o racha teria acontecido, foi expulso de seu gabinete na sede da administração pelo prefeito.

Segundo ele, além de ficar sem local para despachar, também teve o orçamento previsto para a pasta cortado. Deuzinho acredita que há uma “perseguição” e diz que, por isso, o orçamento destinado para o gabinete dele foi diminuído.  



(O Povo)