Funcionário relata desespero em escola no Ceará após ataque

 Ailton Panema foi quem socorreu as duas estudantes atacadas por um colega de sala(foto: Wesley J�...

 

O motorista da Secretaria de Educação de Farias Brito Ailton Panema foi quem primeiro socorreu as duas alunas vítimas do ataque registrado nesta quarta-feira, 12, na escola Isaac de Alcântara, no Sítio Caras, zona rural do município. Ele descreve que testemunhou um clima de desespero entre os estudantes ao chegar na unidade de ensino.

O servidor conta que foi à escola com uma coordenadora de ensino da Secretaria, que aplicaria uma avaliação interna a algumas turmas. Eles chegaram na unidade minutos após o ataque.

"No portão da escola a gente se deparou com uma movimentação muito grande de alunos correndo, saindo. Fui até a direção, quando cheguei lá, já me deparei com uma criança sangrando muito na cabeça e a minha reação foi colocar ela no colo e sair de volta correndo para o carro”, relatou Ailton.

“Quando cheguei no carro, me avisaram que tinha outra criança [ferida]. Eu voltei novamente para dentro da escola, deixei a primeira [criança] com uma professora dentro do carro e fui socorrer a outra [criança]", completa. Além de levar as duas estudantes para o hospital municipal, o servidor foi quem primeiro comunicou a Secretaria de Educação e o destacamento da Polícia Militar sobre o ocorrido.

Segundo Ailton, o aluno que cometeu o atentado foi contido pelos próprios professores da escola até a chegada dos policiais. Eles trancaram o adolescente em uma das salas da unidade. “A população quis agredir, mas os professores contornaram a situação até a Polícia comparecer", narrou o motorista. O autor do ataque foi apreendido pela PM.

Aulas suspensas após ataque a escola

Após o ataque contra as duas estudantes, a Secretaria de Educação de Farias Brito anunciou a suspensão das aulas na rede municipal de ensino até a próxima sexta-feira, 14. O titular da pasta, Júnior Almeida, afirmou ao O POVO que a medida é necessária para "tranquilizar" os pais e a comunidade escolar.

"Precisamos desses dois dias para que a gente possa sentar com as direções das escolas, se reunir coletivamente e planejar ações concretas a fim de proteger as nossas escolas. Não há clima para aulas agora, todo mundo está nervoso, em pânico", argumentou.

Segundo o secretário, "os próprios pais nos pediram esse tempo". A suspensão vale para as 20 escolas municipais, afetando aproximadamente 3,3 mil estudantes matriculados.

 

 

(O Povo)

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