Polícia começa a investigar possível caso de bullying e injúria racial em escola estadual de Catunda

 

 

Uma adolescente de 16 anos, tem compartilhado em suas redes sociais sobre ameaças que teria sofrido na EEMTI Monsenhor Ximenes, em Catunda. Cursando o 2° ano, a estudante parou de frequentar as aulas por medo, relatando que um dos integrantes da turma a desrespeitou com palavras ofensivas e ameaçou espancá-la.

As ameaças aconteceram na última quarta-feira (12/04). Ontem (17), acompanhada de uma familiar, esteve prestando depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Santa Quitéria, onde detalhou que lhe foram proferidas frases violentas e que num determinado momento, ao usar um efeito de câmera no Instagram simulando um macaco, o acusado teria dito: “esse macaco é tão feio que dá até para quebrar a câmera”.

Em entrevista, a adolescente compartilha que “isso não tinha sido a primeira vez, já vinha ocorrendo de outras formas, como piadinhas, e brincadeiras de mal gosto, fora as que eu não sabia”, e afirma que o diretor da escola pediu para que a sua responsável não realizasse a denúncia. O vídeo publicado pela menor alcançou mais de 47 mil visualizações e 1.500 comentários, na sua maioria, de pessoas cobrando justiça.

Foto: Divulgação

 

O colega de classe, acusado das ações, disse ao A Voz de Santa Quitéria que está sendo culpado por coisas que não fez. “Eu estava na sala de aula com meus colegas de sala, meu irmão e outras pessoas, ela entrou e saiu, logo após fomos chamado na diretoria, por nossa surpresa. Ela disse que nós estávamos usando uma palavra pejorativa da cor dela”, e continua: era mentira dela, infelizmente a mesma acha que tudo o que podemos estar conversando e rindo é relacionado a ela”.

Ele pontua que sente medo pelas ameaças sofridas virtualmente, e dentro da escola por familiares da estudante; e concluiu ainda que irá provar a sua inocência: “tenho provas através de um áudio quando faço a pergunta a ela, se eu tinha usado termo pejorativo, e a mesma afirmou que não”.

 

 
Foto: Divulgação

Uma nota foi publicada no perfil da escola, informando que a instituição está “atenta e cuidadosa com a segurança”. “Nos entristece quando situações como a ocorrida saem do ambiente escolar, temos procedimentos, precisamos oportunizar a todos o acesso à educação e de forma alguma podemos segregar ou excluir jovens e adolescentes do processo educativo”, pontua.

O diretor Valberto Oliveira foi procurado pela reportagem para explicar a situação, tendo dito apenas que “são adolescentes e preferimos não estender mais essa conversa, mas tudo o que era possível fazer enquanto escola, protegendo a identidade dos meninos, a escola fez”.

A Delegacia já iniciou os trabalhos para esclarecer o episódio na íntegra. A CREDE 13, que fica em Crateús e é responsável pela EEMTI, também já sinalizou que acompanhará todo o processo, inclusive elencando encaminhamentos legais, médicos e administrativos.

 

(A Voz de Santa Quitéria)

Postagens mais visitadas