O médico Vitor Borin de Souza, residente pelo Hospital das Clínicas de Botucatu, compartilhou pelas redes sociais a imagem chocante da radiografia de um paciente com um quadro de cisticercose, doença parasitária causada pela ingestão dos ovos de tênia.
Segundo Souza, o paciente apresentava tosse constante há dois meses quando o exame foi solicitado. Os ovos de tênia encontrados no tórax já estavam mortos e calcificados, ou seja, não apresentavam risco a ele.
“Essas lesões estão calcificadas, então, não são cisticercos viáveis. Se não causar nenhum desconforto, vida que segue”, explicou o médico no post publicado no domingo (16/4), no Twitter.
A cisticercose é transmitida pelo contato com fezes humanas infectadas com o ovo da tênia, que pode afetar o cérebro, os músculos e outros tecidos do corpo. Geralmente os pacientes são infectados a partir da ingestão de água ou alimentos contaminados ou pela má higiene das mãos.
Sintomas
Os sintomas da cisticercose variam de acordo com o local onde o parasita está alojado. Quando está na musculatura, causa inchaço, inflamação e dificuldade nos movimentos. Quando chega ao cérebro (neurocisticercose), o paciente pode ter dores de cabeça frequentes, convulsões e confusão mental. Já a cisticercose ocular pode levar à cegueira.
Tratamento
O médico explica que o tratamento varia de acordo com o quadro do paciente. Deve-se avaliar se há lesões intracranianas, medulares e/ou oculares e se essas lesões são viáveis.
Quando os vermes já estão mortos e calcificados (inviáveis), não há a necessidade de usar medicações. Segundo Souza, não é necessário – nem indicado – tomar vermífugos anualmente para evitar a infecção.
“A princípio, pacientes com cisticercose fora do sistema nervoso central e assintomáticos não precisam de tratamento”, afirma Souza. “Se não tiver nenhuma lesão dentro da cabeça, na medula ou nos olhos nem precisa tratar”, explica.
(Metrópoles)