Caso Marília Mendonça: relatório menciona “avaliação inadequada” de piloto durante pouso; entenda

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A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou, nesta segunda-feira (15), o relatório sobre as investigações do acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em 5 de novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, no oeste de Minas Gerais. O material produzido pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não fala em erro humano, mas cita uma “avaliação inadequada” do piloto durante o procedimento do pouso.

“No que diz respeito ao perfil de aproximação para pouso, houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso sob VFR”, diz o Cenipa.

Roberto Peterka, especialista em segurança de voo, explica que a “perna de vento” é a trajetória paralela à pista, no sentido contrário da trajetória de pouso. Após esse trajeto, é feita uma curva de 90° à esquerda para, depois, mais uma curva também para esquerda, retomando a direção da pista e descendo para efetivar o pouso.

“Uma reta final mais longa e mantendo a rampa de aproximação (ângulo descendente), significa passar abaixo da altura prevista e no mesmo nível dos cabos de aço que suportam as torres de alta tensão”, destacou.

Peterka também destaca que o alongamento da descida pode ter sido optado, pois “significa perder altura suavemente, sem incomodar os passageiros”. Assim, ressalta que o acidente não ocorreu propositadamente, mas que a decisão se mostrou inadequada.

George Sucupira, presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, entende que o tipo de pouso pode ter sido escolhido para uma aproximação mais tranquila. “Ele procurou fazer alguma coisa mais segura e, infelizmente, tinha um fio que ele não conseguiu ver, porque não se consegue ver realmente”, observou.

O Cenipa indica ainda que os certificados e habilitações dos pilotos, assim como da aeronave, estavam válidos e que eles tinham experiência no tipo de voo. Outros pontos de destaque no material são que não foi evidenciada falha ou mau funcionamento “de sistemas e/ou componentes da aeronave” e nem “alterações de ordem médica ou psicológica, no período anterior ao acidente, que pudessem ter afetado o desempenho” da tripulação.

CNN

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