Quem foi Guido Schäffer, médico, surfista e seminarista do RJ que está mais perto de virar santo

 Guido Schäffer — Foto: Reprodução/ TV Globo

No dia 1º de maio de 2009, Guido saiu para surfar perto do posto 11 da Praia do Recreio, local no qual sempre surfava. Na água, uma prancha solta atingiu sua nuca, o que causou uma contusão que o fez desmaiar e morrer afogado.

Faltavam alguns meses para ele concluir os estudos de teologia no Seminário Arquidiocesano de São José. Em princípio, ninguém acreditou que alguém tão íntimo do mar poderia ter morrido dessa forma.

A ele são atribuídos milagres e curas, o que fez com que uma legião de fiéis passasse a pedir sua canonização. Seus defensores inclusive acreditam que a imagem de um santo carioca, jovem e esportista, pode ajudar a Igreja a se reconectar com o público mais jovem.

O processo de beatificação e canonização no Vaticano foi aberto em 2015.

Fé e vontade ajudar

Criado em Copacabana, em uma família de classe média, pai médico e mãe dona de casa, ele foi o irmão do meio, entre Angela e Maurício.

Estudou no tradicional colégio católico Sagrado Coração de Maria, também em Copacabana.

Um de seus melhores amigos, o comerciante Samir Jure Aros, é dessa época. Após uma confusão na escola, se tornaram inseparáveis e passaram a frequentar o grupo de oração da Comunidade Bom Pastor, e a surfar juntos.

Em 1998, Guido se formou em medicina e decidiu fundar um novo grupo de oração, o Fogo do Espírito Santo, na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, com o apoio de padre Jorjão, pároco local e conhecido pelo trabalho com jovens.

Em 2002, se engajou na Pastoral da Saúde da Santa Casa da Misericórdia, grupo que visitava doentes aos domingos, onde permaneceu até sua morte.

Guido Schäffer já é considerado pela igreja um servo de Deus, primeiro título que se recebe num processo de canonização, e agora foi reconhecido como venerável, quando a pessoa viveu as virtudes cristãs de forma heroica.

O terceiro título é o de beato, quando se comprova a existência de um milagre obtido pela sua intercessão; e o último e mais importante é o de santo, quando um segundo milagre é identificado.

Os relatos de milagres atribuídos a Guido têm aumentado nos últimos anos. Um deles envolve o cardiologista Bernardo Amorim, que teve o corpo paralisado por uma doença nervosa e se recuperou muito antes do previsto pelos médicos - a mãe dele atribui a cura às orações que fez a Guido.

Outros casos atribuídos ao seminarista envolvem, por exemplo, uma freira que se livrou de diabetes, uma criança que sobreviveu a uma hipotermia e uma dona de casa, cujo filho foi amigo de Guido, que relata que as orações dirigidas ao jovem fizeram com que seu marido superasse uma grave crise de diverticulite sem cirurgia.

Partes da memória de Guido Schäffer estão espalhadas pelo Rio de Janeiro. O trecho de cerca de 140 metros de praia onde ele costumava surfar, no Recreio dos Bandeirantes, e onde sofreu o acidente fatal, passou oficialmente a se chamar Praia do Guido em 2018.

G1

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