O homem, identificado como Rodson Rui de Oliveira Torres, é acusado de homicídio qualificado. Segundo a acusação, o réu, à época com 34 anos, teria sufocado a filha mais velha, Thamires Myrza Tavares, até a morte.
Em depoimento à polícia, ele disse que a criança teria morrido sufocada após ficar enrolada em uma rede na qual brincava. O laudo pericial, no entanto, apontou que a rede estava entre 20 e 45 centímetros do chão, e a menina possuía 1,3 metro de altura, portanto, pela altura, não teria como ela ter sufocado.
O g1 procurou o advogado de defesa de Rodson para comentar o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
O Ministério Público do Ceará (MP-CE), por meio da 1ª Promotoria Auxiliar do Júnior, ofereceu a acusação contra Rodson em 2010. A denúncia foi aceita em 2019, e o processo vai a julgamento neste mês de julho de 2023.
Pai disse que filha morreu sufocada ao brincar em rede
Segundo os documentos do processo, aos quais o g1 teve acesso, o pescoço de Thamires apresentava escoriações típicas de estrangulamento.
Durante as investigações, no entanto, Rodson disse que viu a filha pendurada “asfixiada” na rede, mas achou que fosse brincadeira e que a menina estivesse fingindo.
Então, conforme o réu, ele desceu para cozinha e só voltou para onde ela estava após 15 minutos depois, quando então teria notado que não se tratava de uma brincadeira.
Na sequência, ele deu um banho na menina, que a esta altura já estava morta, e tentou reanimá-la. Só então chamou a ambulância para prestar atendimento. Antes do socorro chegar, ele desarmou a rede na qual Thamires teria morrido.
A acusação afirma que tanto o banho quanto o período até chamar a ambulância foram utilizados pelo réu para tentar limpar os traços do estrangulamento.
Em depoimentos, testemunhas e familiares de Rodson afirmaram que o acusado sofria de depressão e já havia tentado tirar a própria vida. Também há relatos de que a criança morta já havia reclamado que o pai era violento às vezes.
Em 2010, o acusado chegou a ser preso após agredir a esposa, mãe de Thamires, com quem permaneceu casado após o crime.
No mesmo ano, Rodson entrou com uma ação judicial para anular o registro de paternidade da segunda filha, irmã mais nova de Thamires – ou seja, para tirar seu nome da certidão de nascimento da menina.
(G1/CE)