Luis Carlos de Sousa Lima, tem 46 anos. Destes, 16 foram dedicados ao sistema prisional — antes como agente penitenciário e, posteriormente, como policial penal. Ele procurou O POVO para apontar a falta de efetivo no controle nos internos do Ceará e expressar a insatisfação com os órgãos de controle e monitoramento do sistema carcerário, que na opinião dele, escutam os internos, mas deixam de ouvir os policiais penais, que também fazem parte do sistema.
Para Luís, o trabalho dos policiais tem ido "além do esperado". Segundo ele, há um efetivo de 3.600 policiais penais para cuidar de 22 mil presos. Destes, aponta, aproximadamente 900 estão de licença. Uma sobrecarga de presos e de atividades, que para Luís, é desgastante. Além de organizar o sistema, levar os internos para escola, cursos, atividades, cuidar da segurança da unidade como um tudo e evitar fugas e rebeliões.
A crítica acontece em um período do sistema prisional em que seis profissionais da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) foram afastados por acusação de crimes de tortura. O Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF) do Sistema Carcerário acompanha 33 denúncias de casos contra internos. E ainda, o Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou a operação Martírio, que afastou policiais penais acusados de agredir mais de 70 presos.
O POVO