Uma mulher 46 anos foi vítima de feminicídio no bairro Jereissati 3, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza, na quinta-feira, 24. De acordo com a Polícia, o ex-companheiro, que foi preso em flagrante, matou a vítima a golpes de faca na frente da filha dela, uma menina de 11 anos, filha do casal, que ainda tentou alertar a mãe que o homem estava armado.
A mulher morava na casa com a família desde o
começo do ano e é descrita pela vizinhança como "batalhadora". Os
relatos dão conta de que relacionamento dela com o esposo era
conflituoso e os dois chegavam a se agredir na frente das pessoas.
O homem não trabalhava e chegava a entrar "em surto", conforme testemunhas. Batia na casa de todas as pessoas perguntando se ela estava na casa. De acordo com relatos, comuns a diversos casos de feminicídio, eles costumavam terminar e reatar constantemente e, na última briga, o homem chegou à residência afirmando que iria buscar as roupas que estavam na residência da família. Ele teria usado esse argumento para entrar na casa e surpreender a vítima.
Segundo vizinhos e amigos da vítimas, a mulher estava em casa após o expediente de trabalho quando foi atacada. A filha de 11 anos presenciou o crime e viu que o homem estava armado. A menina teria tentado alertar a mãe, mas a mãe não acreditou que seria morta. Conforme testemunhas, o homem dependia financeiramente da companheira e não trabalhava.
Conforme
a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o suspeito
crime foi preso no bairro Couto Fernandes, em Fortaleza, na sexta-feira,
25. Ele fugiu após o crime e foi preso no dia seguinte ao fato na sede
da Delegacia de Defesa da Mulher, no bairro Couto Fernandes. O homem
foi autuado em flagrante por feminicídio e colocado à disposição do
Poder Judiciário.
Em menos de uma semana foram registrados três feminicídios, sendo um no município de Pentecoste, outro caso em Fortaleza, no bairro Genibaú e este caso registrado em Maracanaú. Na maioria dos crimes existiam desentendimentos anteriores, ameaças, agressões e violência psicológica ou patrimonial.
No Genibaú, os vizinhos chegaram a escutar a vítima pedindo socorro. Maria Natalia, de 36 anos, foi morta a golpes de faca.
No caso de Pentecoste, O POVO apurou, com familiares da vítima, que ela morava em Fortaleza, mas, ao conhecer o atual companheiro, se mudou e afastou-se da família e amigos. Os parentes, que estranharam essa mudança, foram surpreendidos com a informação do feminicídio.
No começo do mês, dia 8, uma mulher foi morta pelo companheiro, um policial militar, no bairro Jangurussu. Testemunhas apontavam que a mulher era proibida de usar redes sociais e de sair com a própria mãe.
(O Povo)