Passageiro relata pânico em avião que fez pouso forçado após fumaça a bordo: 'Muitas pessoas gritando'

 


O voo G3 1003, que tinha destino a Congonhas, em São Paulo (SP), precisou retornar ao aeroporto de origem logo após a decolagem, devido à presença de fumaça branca a bordo.

"A gente decolou, eu vi a praia da barra e de repente começou essa fumaça. Dei uma olhada para trás e eu vi que o avião estava cheio de fumaça, estava se espalhando. Criou-se um pânico, muitas pessoas gritando, pedindo para as máscaras caírem", relata Julian von Dueffel.

O passageiro compartilhou um vídeo do momento nas redes sociais. As imagens mostram a fumaça dentro do avião e os passageiros cobrindo o nariz e a boca com as roupas 

Julian contou que é mentor de uma técnica que trabalha respiração, o que o ajudou a manter a calma durante o ocorrido.

"Esse treino ensina o autocontrole, a lidar com as emoções, porque quando passamos por uma situação dessas, tem um estresse, uma situação traumática, o corpo domina a pessoa, ela pode entrar em hiperventilação. E eu aprendi na minha carreira de respiração como regular, controlar meu corpo", diz.

A Gol informou que a aeronave pousou sem intercorrências e que os 102 passageiros a bordo e a tripulação foram desembarcados em segurança pelas escadas. A companhia disse que acompanhou quatro passageiros ao posto médico e todos já foram liberados.

Ainda de acordo com a companhia, a fumaça foi proveniente de vapores de fluido hidráulico que adentraram a cabine pelo sistema de ventilação.

Por que as máscaras não caíram?

Passageiros reclamaram que as máscaras de oxigênio não foram acionadas. Mas o procedimento em caso de fumaça ou fogo a bordo, previsto no checklist dos Boeing 737 —como o que retornou ao Santos Dumont—, não prevê a liberação da máscara de oxigênio aos passageiros.

Dentro de um avião, os métodos de combate a incêndio são por resfriamento ou abafamento. As máscaras de oxigênio, caso acionadas, poderiam trazer dois problemas:

  1. aumentariam a quantidade de oxigênio a bordo, o que "alimentaria" as chamas -- em caso de fogo a bordo;
  2. as máscaras contêm geradores de oxigênio próprios, mas também usam o oxigênio da cabine para funcionar; na prática, os passageiros inalariam oxigênio com fumaça.

Dentro da cabine, os pilotos são orientados a usar máscara. Mas, diferentemente do sistema dos passageiros, elas não funcionam com gerador —operam conectados a garrafas de oxigênio. 

G1

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