Integrantes de facção criminosa carioca negociavam drogas pelo celular de dentro do presídio no CE

 Promotores de justiça do Gaeco contaram com apoio de policiais civis para cumprirem os mandados de busca e apreensão

 

Pelo menos três integrantes de uma facção criminosa carioca utilizavam aparelhos celulares, dentro de um presídio cearense, para negociar drogas. Dois deles foram alvos da Operação Carretilha, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), nesta sexta-feira (20).

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra os suspeitos em Fortaleza e em Cascavel, com apoio do Departamento Técnico Operacional (DTO), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE).

Os alvos das ordens judiciais controlavam o tráfico de drogas no bairro Edson Queiroz, na Capital, e no município de Cascavel, mesmo presos no Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (CEPIS), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Os cimes foram descobertos a partir da análise feita pelo Gaeco em quatro celulares apreendidos no CEPIS ainda em 2018, quando o Sistema Penitenciário ainda era coordenado pela antiga Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), antes da reforma e da mudança para Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

"Os celulares funcionavam como elo de ligação entre os presos e comparsas que estavam fora do Sistema. Eles controlavam o tráfico de drogas no Edson Queiros e em Cascavel, passando todas as informações, como seria a venda, quem eram os compradores, como realizar o depósito de dinheiro para eles", explicou o coordenador do Gaeco, o promotor de justiça Adriano Saraiva.

Os dois alvos dos mandados de busca e apreensão estão em liberdade, já que foram soltos em outros processos e não havia mandado de prisão nesta Operação. Entretanto, eles já foram denunciados pelo Gaeco e viraram réus na Justiça Estadual pelos crimes de organização criminosa e tráfico de drogas.

Três aparelhos celulares foram apreendidos, nesta sexta-feira (20). Munidos de autorização judicial para extração de dados dos novos equipamentos apreendidos, os promotores de justiça irão realizar nova análise, para aprofundar as investigações.

Terceiro suspeito continua preso

O terceiro homem que utilizava os celulares apreendidos, no CEPIS, em 2018, continua detido no Sistema Penitenciário cearense. Por isso, não houve mandado de busca e apreensão ou outra ordem judicial destinada ao mesmo. A identidade dos suspeitos não foi revelada pelo Ministério Público.

O promotor de justiça Adriano Saraiva explica que o nome da Operação Carretilha faz referência a um instrumento de pesca: "Nós utilizamos o nome 'carretilha' porque os aparelhos foram fisgados dentro do sistema penitenciário. É um instrumento que pega menos peixes que uma rede, mas é mais eficiente, pode pegar um peixe maior".

 

 

(Diário do Nordeste)

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