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A suspeita aumenta já que Silas Diniz Carvalho, apontado pela PF como dono das armas, tem um endereço em Miami e poderia adquirir lá e enviar para o Brasil.
O g1 apurou que se trata de Silas Diniz Carvalho, morador de um dos endereços mais nobres da capital mineira.
Na residência do principal alvo da operação, os policiais apreenderam peças de fuzis, carregadores e munição, além de um veículo de luxo, uma Lamborghini, avaliada em mais de R$ 1 milhão.
Policiais suspeitam que as peças eram adquiridas em diferentes locais e ao chegarem ao Brasil eram montadas e assim comercializadas com facções criminosas. Para isso, Silas é suspeito de utilizar dois endereços de fachada: suas fábricas de móveis em Belo Horizonte, Minas Gerais; e em Londrina, no Paraná.
O g1 apurou que para comprar as peças e montar os fuzis, os interessados gastam em torno de US$ 1,5 mil, algo próximo a R$ 7,5 mil. O preço de um fuzil, do calibre 5,56 é de, em média, R$ 60 mil, no mercado negro. Ou seja, cada fuzil comercializado custa o mesmo que oito montados.
A Rocinha, de acordo com apuração do g1, abriga ainda criminosos de outros sete estados: Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Pará e Amazonas.
Para policiais ouvidos pela reportagem, a ida de tantas armas para a comunidade aumenta o risco de que os fuzis pudessem ser revendidos no interior da favela para esses criminosos e assim seguissem em pequenas remessas para diferentes regiões do país.
Empresário teve 55 carregadores apreendidos
Peças de fuzis de Silas Carvalho, de acordo com depoimento do seu motorista, foram apreendidas pela PM de Minas Gerais em julho — Foto: Divulgação
Em junho passado, o motorista Warlei Trindade foi abordado pela Polícia Militar de Minas Gerais, no município de Passos, quando retornava de uma viagem a Londrina.
No veículo em que estava, os policiais encontraram 55 carregadores para fuzil 5,56, e outras peças para fuzil como mira holográfica, alça de mira, lanterna para armamento portátil e 23 coronhas – a parte de trás da arma e que encosta no ombro do atirador no momento do disparo.
De acordo com o relato do policial, Warlei confirmou que o carro em que transportava os equipamentos pertencia a Silas:
"Que questionado, o autor (Warlei Trindade) relatou que estava trazendo o material da cidade de Londrina/PR; que saiu da cidade de Belo Horizonte e foi até a cidade-de São Paulo, onde deixou 2 adolescentes, filhos do patrão do autor, e depois dirigiu-se a cidade de Londrina onde pegou essas 2 caixas que continham acessórios de AIR SOFT; que segundo o autor, o patrão e dono dos materiais atende pelo nome de Silas Diniz Carvalho", disse.
Na denúncia, o Ministério Público informa que Warlei trabalha como motorista, viajando até outros estados da federação efetuando o transporte de armas, acessórios e até explosivos. O MP entende que as peças são acessórios de armas de fogo, sem autorização e em desacordo com a determinação legal.
O Tribunal de Justiça de MG, em sua segunda instância, negou o habeas corpus ao motorista. A defesa recorreu e o caso está no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
G1