2º dia de Enem 2023: é melhor 'chutar' ou deixar em branco? Onde fazer as contas? Pode usar lápis? Tire dúvidas

 Caderno de prova do primeiro dia do Enem 2023 — Foto: Érico Andrade/g1

Por quais questões começar?

No Enem, dois candidatos podem acertar exatamente o mesmo número de questões, mas tirar notas diferentes. Pode parecer estranho ou injusto, mas a explicação é o modelo de correção adotado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): Teoria de Resposta ao Item (TRI).

A TRI beneficia quem realmente se preparou para o exame. Por exemplo: se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, tirará uma nota menor do que o aluno que foi mais "coerente" e só errou as complexas. Ou seja, é basicamente um sistema que tenta detectar os "chutes".

Por isso mesmo, é importante garantir que as perguntas mais simples estejam corretas. Melhor, então, começar por elas, antes que o cansaço aumente.

  • Na 1ª leitura: resolva todas as questões que podem ser solucionadas rapidamente.
  • Na 2ª leitura: encare as questões que deixaram apenas uma dúvida pontual.
  • Na 3ª leitura: faça as mais longas ou sobre assuntos não tão comuns no Enem. 

E se não souber responder? É melhor "chutar" ou deixar em branco?

Por mais que a TRI, como explicamos acima, atribua menos pontos ao candidato que "chuta" as respostas (em comparação ao que tem um desempenho "coerente"), nunca deixe o gabarito em branco, explica João Pitoscio Filho, coordenador pedagógico do Curso Etapa.

"É melhor arriscar um 'chute cego' do que deixar uma questão sem resposta", afirma.

Qualquer pontinho é melhor do que nada, certo?

Quando passar as respostas a limpo? Só no fim?

O coordenador do Etapa recomenda que os candidatos façam a prova por partes, intercalando com o preenchimento do gabarito.

"Uma dica é dividir por blocos, ou seja, fazer entre 10 e 15 questões, passar as respostas para o gabarito e depois 'atacar' outro bloco", afirma.

Atenção: seguindo a dica número 1, o aluno não vai resolver a prova de forma linear. É preciso tomar cuidado, então, para não esquecer alguma questão e só perceber na hora de passar as respostas a limpo.

Quando decidir "pular" alguma pergunta, o ideal é fazer algum sinal gráfico ao lado do enunciado (pode ser um "x" ou um asterisco, por exemplo). 

Quantos minutos gastar por questão?

No segundo domingo, serão 5 horas de prova. Para dar tempo de resolver as 45 questões de matemática e as 45 de ciências da natureza, a recomendação é que o aluno gaste, em média, 3 minutos por pergunta.

Mas não se desespere se levar mais do que isso para terminar alguma delas -- as mais difíceis vão, sim, ser mais demoradas. Se perceber que está há muito tempo na mesma parte, passe para a próxima, de modo que garanta os acertos das mais fáceis. Depois, retome o desafio.

"O essencial é ter treinado durante o ano para entrar na prova com uma estratégia definida e testada", diz Pitoscio Filho.

E lembre-se: não é permitido usar relógio. Use como referência o que estiver na sala de aula. 

Posso usar lápis para o rascunho das contas? Onde fazer os cálculos?

À esquerda, folha de rascunho do Enem 2022. À direita, espaços em branco que podem ser usados para contas. — Foto: Reprodução/Inep

O Inep só permite que você use caneta preta, de tubo transparente, tanto para resolver as questões quanto para passá-las a limpo no gabarito. Nada de lápis, lapiseira, borracha ou corretivo — nem para fazer as contas!

É um desafio, de fato, não poder apagar nada, ainda mais com tão pouco espaço: o candidato só tem uma folha em branco para o rascunho, no fim do caderno de questões.

O coordenador do Etapa recomenda que sejam aproveitados aqueles pedacinhos em branco nas margens das provas. "E é melhor evitar rabiscar desnecessariamente", diz.

 G1

 

 

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