O besouro metálico foi encontrado em duas árvores da Reitoria da Universidade Federal do Ceará, no Bairro Benfica, em Fortaleza. As plantas têm aproximadamente 50 anos, conforme a instituição. Assim, a UFC determinou a poda e outros procedimentos para evitar a queda das plantas, consideradas histórias pela instituição.
A UFC disse que o aparecimento do besouro no local foi observado já em 2022, durante ações de monitoramento realizadas pela Prefeitura Especial de Gestão Ambiental (PEGA), vinculada à Superintendência de Infraestrutura e Gestão Ambiental (UFC Infra). Desde então, aumentou a presença do besouro, para o qual não há predador natural em áreas urbanas nem inseticida capaz de eliminá-lo.
Posteriormente, surgiram sintomas da presença das larvas no interior das árvores, como gomose (substância que a planta produz como forma de reação), desprendimento de casca, pequenos furos no tronco e perda intensa de folhas.
Árvore cai após contaminação de besouros metálicos no Bairro Aldeota, em Fortaleza.
Nas últimas semanas, após nova análise, os técnicos da UFC Infra atualizaram o laudo de avaliação de risco, que determinou a necessidade de uma intervenção, a ser iniciada nos próximos dias.
“A principal solução em árvores afetadas pelo besouro metálico é a supressão, sobretudo quando se atesta que a infestação está em estágio avançado. Mas quando encontramos uma espécie de importância ambiental e social muito grande, que está presente ali há muito tempo e é um símbolo daquele espaço, como as sumaúmas, tentamos segurar ao máximo”, explica Lamartine Soares, assessor técnico em manejo de arborização da PEGA.
Prevenção de queda
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Larvas do besouro metálico podem causar quedas de grandes árvores. — Foto: Leonardo Jales/Arquivo pessoal |
O objetivo da intervenção é basicamente reduzir o risco de queda das árvores e fortalecê-las para aumentar seu tempo de vida. Entre os procedimentos que serão adotados estão o reequilíbrio de copa, por meio de podas corretivas, bem como a retirada de galhos secos e de plantas trepadeiras presentes no topo das árvores, a fim de reduzir o peso que elas precisam suportar.
“Além disso, vamos fortalecer esses indivíduos investindo em nutrição, através de endoterapia. Ou seja, vamos injetar nutrientes diretamente nos vasos condutores dessas plantas para fortalecê-las", declarou Soares
"Também vamos aplicar a técnica de mulching vertical, que consiste em perfurar o solo a 20 centímetros de profundidade e adicionar composto orgânico, que tanto é rico em nutrientes como em fungos e bactérias benéficas ao solo. Assim, melhoramos a biota do solo e, consequentemente, a planta vai ganhar com isso”, complementou.
Também será feita a retirada de material danoso dos troncos, como pregos e hastes colocados no passado.
“Essa intervenção em específico vai ser muito importante, porque vamos fazer o que chamamos de poda de salvamento. Nossa preocupação é manter e preservar as árvores do local e prolongar a vida das mesmas”, comentou o superintendente da UFC Infra, Renato Guerreiro.
Besouro metálico na UFC
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Reitoria da Universidade Federal do Ceará, no Bairro Benfica, em Fortaleza. — Foto: UFC/Reprodução |
Na Reitoria, apenas as duas sumaúmas foram afetadas pelo besouro. No entanto, em outras áreas da Universidade, mais casos já foram identificados e todos vêm sendo monitorados.
Para evitar que o problema se estenda a outras árvores de um determinado local, o primeiro passo é evitar o plantio de espécies mais vulneráveis ao inseto, como mungubeiras, baobás e chichás, além das sumaúmas.
A UFC possui uma política de arborização que prevê a valorização de espécies nativas, mais resistentes a pragas como o besouro metálico. Outro passo é identificar e monitorar as árvores mais suscetíveis à presença do besouro, para que, quando possível, elas sejam substituídas ao longo do tempo, sempre de acordo com a legislação e com as devidas compensações ambientais.
(G1/CE)