Cetamina, quetamina ou ketamina: entenda anestésico que tem histórico de uso como droga ilícita

 Ketamina apreendida em operação da Polícia Civil — Foto: Reprodução/RBS TV

O fármaco é considerado um anestésico dissociativo, isto é, que causa efeitos alucinógenos, sensação de bem-estar e tem potencial sedativo quando usado como droga recreativa. Em doses menores, quem consome a substância pode se sentir eufórico e ter episódios de sinestesia – ou seja, "ver" sons e "ouvir" cores.

O primeiro caso da utilização da cetamina como droga de abuso foi registrado nos anos 1970, nos Estados Unidos. Na década de 1990, o uso recreativo se disseminou no Reino Unido, especialmente em clubes noturnos e festas conhecidas como raves.

No Brasil, o tráfico utiliza essa substância para produzir uma droga sintética traficada com o nome de "special k", “Key”, “Keyla” ou “Keta”.

Anestésico de uso versátil

A substância tem também histórico de uso como remédio veterinário, um tranquilizante de cavalos. Além de atuar como anestésico e analgésico, ela tem ainda efeito efetivo e rápido no combate a sintomas de quadros de saúde mental.

Rodrigo Leite, médico psiquiatra e professor colaborador do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, explica que a droga é eficaz no tratamento de doenças como a depressão.

"Ao longo do tempo, verificou-se que a cetamina tem potencial para promover melhoria do humor e aumento da disposição. Com isso, foram iniciados estudos para o uso desse fármaco no tratamento de quadros depressivos", detalha Rodrigo Leite.

Frascos de cloridrato de cetamina,anestésico veterinário usado para produção de droga sintética, foram apreendidos no Grande Recife — Foto: PM/Divulgação

Perigos do uso descontrolado

Apesar de ser um medicamento considerado seguro e eficaz, existem riscos associados ao uso desse anestésico.

⚠️A utilização excessiva dessa droga pode trazer efeitos colaterais como:

  • Tontura
  • Perda de coordenação motora
  • Sensação de flutuar sobre o corpo
  • Perda de consciência
  • Risco de morte

Com a disseminação do uso recreativo e os potenciais efeitos adversos, o anestésico passou a ser supercontrolado, para a evitar a utilização fora do ambiente hospitalar.

Rodrigo destaca que, pelos riscos associados ao uso da cetamina, é fundamental que o tratamento seja feito em ambiente controlado, com estrutura de emergência para atendimento rápido em caso de reações adversas.

"Apesar do uso como droga terapêutica, é preciso lembrar do risco considerável de abuso e depedência quando o uso não é feito de maneira controlada. A cetamina deve ser administrada somente em ambiente hospitalar, de forma supervisionada e com orientação médica", alerta.

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G1

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