Drama do colapso do solo em Maceió se agrava; entenda as razões

 Imagem colorida mostra visão de bairros afundando Maceió por conta da mineração da Braskem - Metrópoles

 

A desocupação forçada de áreas em Maceió (AL) nesta semana abriu novo capítulo no drama que atinge a capital alagoana há mais de cinco anos. A Justiça Federal, baseada em relatórios técnicos, determinou a inclusão de novas áreas na zona de risco para colapso em minas da Braskem, o que resultou na evasão de moradores da região afetada – mais de 60 mil pessoas já tiveram que sair, deixando bairros fantasmas na cidade.

A medida atende a pedido do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado de Alagoas pela inclusão de mais áreas no programa de realocação da Braskem. A Justiça estabeleceu que o monitoramento também fosse intensificado.

O aumento da zona desocupada se dá no momento em que há um alerta de colapso iminente de uma mina da petroquímica Braskem na região do antigo campo do CSA, na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

A zona, segundo a Defesa Civil de Maceió, já estava praticamente desocupada. Diante do risco iminente de colapso, o órgão municipal pediu que embarcações e população evitem transitar na região até nova atualização do órgão.

De acordo com a Defesa Civil, as análises apontam que, em caso de colapso, há chances de surgimento de um sinkhole, fenômeno caracterizado pelo afundamento da superfície e formação de uma cratera, devido ao esvaziamento do subsolo.

Por causa da situação, a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias e criou um Gabinete de Crise para acompanhar a situação.

Veja o tamanho da região afetada pelo risco em Maceió e as novas áreas de monitoramento:

Imagem colorida mostra mapa de áreas afetadas - metrópoles
Imagem colorida mostra mapa de áreas afetadas - metrópoles


Governo federal preocupado

“Orientei hoje os ministros Wellington Dias e Renan Filho a acompanharem de perto, em Maceió (AL), o risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange”, afirmou o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), na noite de quinta (30/11). “Estamos atentos e de prontidão para as ações que forem necessárias e ajudar no que for preciso”, completou.

Também na quinta, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ter entrado em contato com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para falar sobre a emergência na cidade de Maceió.

No contato com o ministro, Lira solicitou “prontidão e alerta da Defesa Civil Nacional para acompanhar as graves consequências geradas pela exploração das minas pela Braskem”.

Problema antigo

O problema em torno do afundamento na região em que estão localizadas 35 minas de sal-gema da Braskem só veio à tona em março de 2018, quando um forte tremor atingiu a área. Reportagem especial do Metrópoles mostrou a tragédia provocada pela mineração no local.

Imagem colorida de homem segurando um celular enquanto sobrevoa local de mina Defesa Civil - Metrópoles
Desastre em mina de Maceio

 

 


Tremores de terra foram sentidos e relatados por moradores entre a segunda (27/11) e a terça (28/11). Itawi Albuquerque / Secom MCZ

 

 

(Metrópoles)

 

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