“Medo de retornar", diz médico agredido por acompanhante de paciente

 Foto colorida de homem com barba e rosto sangrando

 

O médico Pablo Henrique de Araújo Leal, que foi espancado enquanto trabalhava em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Águas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal, disse ter medo de voltar à rotina após a agressão.

O profissional levou ao menos cinco socos de um acompanhante de paciente que morreu na unidade na segunda-feira (11/12).

De acordo com o boletim de ocorrência, o agressor teria ficado nervoso ao receber a notícia do falecimento e acreditar que o óbito teria ocorrido por negligência médica.

“Eu estou com medo de retornar, não tenho a menor segurança de que não vai acontecer de novo”, disse o médico.

À Polícia Civil de Goiás (PCGO) Leal declarou que fez o atendimento conforme o protocolo médico, que estava responsável pelos casos mais leves no dia e que avaliou e medicou a paciente.

O profissional disse que estava na sala em que trabalha quando o homem invadiu o local e começou a agredi-lo. O Metrópoles teve acesso à perícia feita nos ferimentos do médico, que constatou lesão na parte inferior das duas pálpebras.

Tanto o profissional da saúde quanto o acompanhante agressor foram conduzidos à Delegacia de Polícia de Águas Lindas de Goiás.

Falta de segurança

A reportagem conversou com colegas de profissão do médico, que alertaram para a falta de segurança na unidade. “Os pacientes estão agressivos, colocaram o maqueiro para fazer a segurança”, declarou um outro servidor que preferiu não se identificar.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) publicou uma nota de repúdio contra a violência que sofrida pelo médico. “Nada justifica a violência registrada”, consta em nota.

“Infelizmente, esse episódio inadmissível e repugnante contra médicos tem se tornado comum e medidas urgentes precisam ser implementadas para garantir a segurança de quem trabalha salvando vidas”, reforçou o conselho.

Para o Cremego, a agressão sofrida pelo médico não representa apenas um atentado à integridade física e moral de um indivíduo. “É uma afronta a toda a classe médica e ao sistema de saúde goiano”, ressaltou.

Na nota, o conselho ainda destacou que o ambiente de trabalho deve ser seguro e propício ao exercício pleno das atividades médicas.

 

 

(Metrópoles)

 

 

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