Um menino negro, de dez anos, foi condenado a três meses de liberdade condicional por urinar em público - atrás do carro da mãe - em uma cidade no estado do Mississipi, nos Estados Unidos. Na época do caso, em agosto deste ano, a criança esperava por sua mãe, que estava no escritório onde trabalhava e afirmou "não ter banheiros públicos" na área.
No dia da ocorrência, a mãe do menino disse que ele chegou a ser preso e colocado pela Polícia em uma cela.
A decisão de condenar o garoto foi oficializada por um juiz do Mississippi, Rusty Harlow, depois que o advogado da criança chegou a um acordo com um promotor especial.
Isso porque a acusação ameaçou aumentar para uma denúncia mais grave, se a família do menino levasse o caso a julgamento, disse Carlos Moore, advogado da criança ao jornal The Guardian.
Além da liberdade condicional, o garoto, que agora tem 11 anos, foi ordenado a escrever um relatório sobre Kobe Bryant, astro da NBA que morreu em 2020, conforme relatado por WJTV, CNN e FOX 13 Memphis. Contudo, o incidente não será registrado em seu histórico.
Outro ponto que Carlos Moore, advogado da família, afirma é que a raça desempenhou um papel na prisão do aluno do 3º ano, que é negro, de acordo com a NBC.
"Ele fez o que qualquer pessoa razoável faria: urinou ao lado do carro atrás da porta, sem se expor a ninguém", disse Moore, segundo a emissora. "Ele não teria sido preso, processado ou condenado se não fosse de cor, raça, além de ser negro."
O que aconteceu?
No incidente de agosto, a mãe do menino explicou em uma coletiva de imprensa, que um policial que passava o viu, parou e entrou no estabelecimento para procurá-la. E, depois que ela repreendeu seu filho pelo ato, o policial pareceu satisfeito.
Todavia, outros quatro policiais de Senatobia, no Mississipi, incluindo um tenente, chegaram e prenderam seu filho. Ele foi colocado em uma viatura policial e levado para uma delegacia.
No mesmo mês, o Departamento de Polícia de Senatobia disse em um comunicado que os policiais envolvidos "violaram nossa política escrita e foram contra nosso treinamento anterior sobre como lidar com essas situações".
Após uma reclamação interna e investigação, um dos policiais não faz mais parte do departamento e os outros foram "disciplinados", disse o comunicado.
O Povo