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Foto: Reprodução/TV Globo |
O Profissão Repórter desta terça-feira (27) mostrou o trabalho da Polícia Civil para recuperar celulares que foram roubados ou furtados em São Paulo. O foco das investigações foi a rua Guaianases, no Centro da capital paulista. Os investigadores registraram vídeos de um dos prédios alvo de mandado de busca.
Nas imagens, é possível observar a aglomeração de pessoas que, supostamente, fazem a negociação dos aparelhos furtados.
Envio dos celulares para outros paísesO delegado responsável pela investigação explicou que, além da revenda dos aparelhos, os criminosos usam os celulares para transações bancárias, roubo de dados pessoais, comercialização das peças e até mesmo exportação.
Segundo ele, esses telefones são levados para o continente africano, onde o bloqueio das operadoras brasileiras não funciona.
“Eles estão encaminhando para países de origem africana, especialmente, Senegal, onde é feita a utilização desse aparelho lá, isso porque aqui no Brasil nós temos na Anatel, o bloqueio daqueles telefones que são roubados ou furtados, mas não há uma correspondência da Agência Nacional de Telecomunicações com esses países. E sendo assim, esse bloqueio que é efetuado aqui, é como se não existisse lá”, explicou Wagner Carrasco, delegado da 1ª DIG/DEIC.
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Esquema de receptação de celulares furtados e roubados é descoberto em prédio no Centro de SP — Foto: Reprodução/TV Globo |
Por meio de nota, a SSP informou que de janeiro de 2023 até janeiro deste ano 640 pessoas foram presas na capital em operação contra receptação e que mais de 5,6 mil celulares apreendidos no mesmo período.
Na delegacia de polícia em São Paulo, a equipe do Profissão Repórter conheceu o cabeleireiro Iranildo Mendes. Ele teve seu celular roubado por um grupo de cerca de 15 pessoas que o agrediram violentamente durante o assalto em um bloco de carnaval.
“Segurei ele, estou até com o dedo doendo. Mas tinham 15. Levei um murro no olho que sangrou”.
Além do celular roubado, foi feita uma tentativa de compra em seu nome, no valor de R$ 1,2 mil, bloqueada a tempo.
No dia seguinte ao roubo, Iranildo conseguiu localizar o celular roubado através do localizador do aparelho, indicando que estava na rua Guianeses. O endereço fica na mesma rua onde a operação do Departamento Estadual de Investigações criminais apreendeu mais de 850 celulares em novembro do ano passado.
“Mandaram eu ir à delegacia para avisar do ponto em que estava o celular. Fui lá e ele falou que não pode ir lá porque lá é outro setor. Isso é uma investigação que precisa ser feita, com o mandado de busca e apreensão. Eu estava querendo ir lá”, acrescentou.
“Aqui só celular o dia inteiro e a noite inteira. Vem muita gente aqui todo dia procurando o celular”, contou o dono de estabelecimento ao lado do prédio.
Profissão Repórter acompanha cabelereiro em busca pelo celular roubado no centro de São Paulo
Pessoas que têm o celular roubado, como o Iranildo precisam registrar um boletim de ocorrência. A Polícia Civil tem a responsabilidade de juntar indícios e provas de que o aparelho está no imóvel e pedir autorização judicial. Após a decisão do juiz, os agentes podem realizar buscas no local.
Na delegacia, Iranildo é informado mais uma vez que, por se tratar de um prédio residencial, só pode ingressar mediante uma ordem judicial.
“Por isso muitas pessoas que foram furtadas e roubadas desistem. Ninguém desmancha essa quadrilha", desabafa o cabelereiro.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que durante o carnaval houve uma diminuição de 48% nas ocorrências de furtos e roubos de celulares em São Paulo em comparação de 2023. Nos bloquinhos da capital, 59 suspeitos foram presos em flagrante. Foram recuperados 189 celulares apreendidos e quase 600 cartões bancários.
(g1)