Garçom denuncia policial civil por injúria racial após confusão em restaurante

 

 

A Controladoria Geral de Disciplina afirma que investiga a denúncia. "Logo que a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) foi informada do incidente, iniciou as investigações", diz o órgão. Ao g1, a policial envolvida nega a denúncia e diz que houve uma troca de ofensas entre o garçom e um grupo de clientes.

Após a recusa dos clientes, o garçom pediu que eles conversassem com o gerente do local — que autorizou que o pagamento fosse feito em outro dia. No entanto, os três clientes (entre eles, a inspetora) passaram a ofender verbalmente o garçom.

"Ela disse que iria deixar os documentos, para amanhã [na quarta-feira] vir pagar. Mas eu disse que não concordava com isso", relembrou o garçom sobre o início da discussão. Ele teve receio que, caso os clientes não pagassem, o valor seria descontado do salário dele.

Funcionária filma discussão entre garçom e inspetora da Polícia Civil, em Fortaleza. — Foto: Reprodução
Funcionária filma discussão entre garçom e inspetora da Polícia Civil, em Fortaleza. — Foto: Reprodução


No vídeo, é possível ouvir a inspetora falando que o garçom iria "viver comendo milho de senzala". O g1 conversou com a vítima, que disse que a inspetora, em outro momento da discussão, disse para ele "voltar para a senzala".

"Ela disse que eu era um porco, que eu nunca ia ser ninguém na vida. Aí, nessa hora, eu me exaltei. Ela mandou, pela primeira vez, para eu ir para a senzala, mas ainda não estava gravando", comentou o garçom.

"Na hora que ela estava falando, eu estava tentando manter a calma pra não me descontrolar e perder a razão, mas depois que a ficha caiu, comecei a chorar de raiva", lamentou a vítima. Ele disse, inclusive, que não conseguiu dormir após a discussão.

Um dos clientes do local que estava acompanhada da inspetora, que tem deficiência visual, afirma que o garçom iniciou os insultos e eles "reagiram" às provocações. "A gente já tinha combinado com o gerente e o subgerente que iríamos pagar no dia seguinte. O garçom pelo pela gente e chamou de caloteiro, pegou uma cadeira e fez que ia jogar, ameaçando a gente", diz. 

 

(g1)

 

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