A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) entrou em contato com as operadoras de telecomunicações para informar sobre a possibilidade de retirar o X, antigo Twitter, do ar.
O contato serviu como uma espécie de sobreaviso, caso haja alguma decisão judicial para a retirada da plataforma do ar. As operadoras não têm autonomia para remover um único post na rede social, mas podem, mediante determinação de autoridades do Poder Judiciário, derrubar a plataforma inteira.
Isso acontece um dia depois de o bilionário Elon Musk, dono do X, ameaçar não cumprir as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspensão de contas que defendem golpe de estado e compartilham notícias falsas.
Vários extremistas que usavam as redes para propagar ideias golpistas já tiveram suas contas suspensas por decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Musk foi além e atacou diretamente o ministro, relator das ações que tratam de fake news, milícias digitais e da tentativa de golpe em 8 de janeiro.
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O bilionário escreveu, neste domingo (7/4), que Moraes deve renunciar ou sofrer impeachment. Ele ainda afirmou que o ministro do STF “traiu descarada e repetidamente a Constituição e a população do Brasil”.
Ainda no domingo, Musk publicou mensagem no X defendendo o uso do VPN, rede privada virtual em inglês, usado para acessar a internet sem identificar o endereço do IP (protocolo de internet) do computador ou do celular.
Reação em cadeia
O ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, reagiu às declarações de Elon Musk contra o Judiciário brasileiro.
Sem citar Musk diretamente, Pimenta escreveu nas redes sociais que a soberania brasileira não será tutelada pelas plataformas de internet e big techs.
“O Brasil não é a selva da impunidade, e nossa soberania não será tutelada pelo poder das plataformas de internet e do modelo de negócio das big techs”, declarou.
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou a briga entre Musk e o governo para lembrar um encontro entre os dois em maio de 2022 e disse que o bilionário é “o mito da nossa liberdade”.
(Metrópoles)