A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o rastro de crimes deixado por um estelionatário que atrai suas vítimas por meio de postagens atrativas nas redes sociais.
Pelo menos 30 ocorrências registradas em diferentes delegacias espalhadas pelo DF denunciam a prática do “golpe do sofá”, no qual um golpista e seus comparsas prometem reformar o estofado de cadeiras, poltronas e sofás dos clientes, boa parte deles servidores públicos.
No entanto, após semanas enrolando as vítimas, os golpistas desaparecem com os móveis e o dinheiro. Jeorge Michael Batista de Oliveira, 31 anos, apresenta-se como proprietário da empresa JM Móveis, em Santa Maria, especializada na reforma e estofado de sofás.
A firma coleciona processos na Justiça Cível por descumprir acordos comerciais, além de dezenas de ocorrências registradas por clientes que foram lesados.
Ao publicar muitas fotos de belos móveis reformados no perfil da empresa e garantindo um trabalho de excelência e rapidez, o golpista convence muitas pessoas que, dias depois, caem no golpe do sofá.
O estelionatário, segundo uma servidora pública que amargou R$ 2 mil de prejuízo, costuma pedir o adiantamento de metade do serviço no ato do contrato.
Veja imagens da empresa e do estelionatário que aplica o golpe do sofá:
Mais prejuízo
Umas das vítimas ouvidas pela coluna, uma servidora pública de 33 anos, contou que viu o anúncio do estelionatário no Instagram e o procurou pelo direct. Ela queria reformar o sofá e negociou todo o serviço com o suposto empresário.
“Paguei R$ 980 de entrada, que era a metade do valor total. No final das contas, fiquei com um sofá estragado que eu precisei resgatar na empresa. Ainda tive que desembolsar mais R$ 2 mil para consertar tudo o que foi feito”, contou. De acordo com ela, o golpista age na companhia de outros dois homens.
Em outro caso, a vítima foi um servidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em fevereiro deste ano. O padrão dos golpes sempre se repete. As pessoas são atraídas pelas postagens no Instagram.
“Combinei dele ir na minha casa pegar o sofá e concluir o orçamento. Ele levou os modelos de espuma e o mostruário de tecidos. Escolhemos os tecidos, a espuma e incluímos uma mola e a impermeabilização. Ficou acertado duas parcelas de R$ 975, uma entrada via Pix e o restante quando ele entregasse. Ele falou que entregaria em 20 dias, no máximo 30. O que nunca ocorreu”, disse.
A coluna apurou que o suposto estofador havia sido preso, em Alexânia, no Entorno do DF, por uso de documento falso, ainda em 2020. Ele ganhou liberdade provisória. A reportagem entrou em contato com Jeorge para falar sobre as denúncias.
Segundo ele, a empresa passou por dificuldades financeiras. “Infelizmente tivemos alguns problemas com os fornecedores da nossa empresa. Porém, não queremos causar danos nem prejuízos a nenhum cliente nos colocando à disposição para resolver a situação de cada um”, disse.
(Metrópoles)