Promotor de MG que chamou advogada de 'galinha' passa a ser investigado pelo CNMP

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Um promotor de Justiça de Minas Gerais vai ser investigado pelo Conselho do Nacional do Ministério Público (CNMP) por ter chamado uma advogada de "galinha garnizé" durante uma sessão de júri em Belo Horizonte, ocorrida em março deste ano.

No início desta semana, o plenário Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) autorizou a instauração de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) a respeito da conduta de Francisco Santiago que, naquela ocasião, ainda falou que a profissional faria um striptease. 

A decisão considerou a prática, em tese, de violação aos deveres funcionais de desempenhar com zelo e presteza suas funções; manter ilibada conduta pública e particular; tratar com urbanidade magistrados, advogados, partes, testemunhas, funcionários e auxiliares da Justiça; assim como zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções. 

O despacho atende a reclamação protocolada pelos então conselheiros do CNMP Rodrigo Badaró e Rogério Varela. A Corregedoria Nacional do MP entendeu que houve indícios de autoria e prova da materialidade de condutas violadoras dos deveres funcionais.  

O processo deve ser concluído em 90 dias, prorrogáveis por pedido do conselheiro relator responsável pelo caso. 

'Galinha garnizé'

O xingamento proferido por Francisco Santiago ocorreu em audiência no dia 26 de março, mas ganhou repercussão somente a partir de 3 de abril, após a advogada divulgar imagens do ocorrido. A sessão de júri em questão precisou ser adiada diante do episódio.

Conforme a ata da reunião da sessão de julgamento, o desentendimento começou depois da fase de réplicas e tréplicas. De acordo com o documento, após a discussão, a juíza Marcela Oliveira de Moura adiou o julgamento para o dia 5 de junho.

Sarah Quinetti, a advogada xingada pelo promotor, disse ter percebido um tratamento diferente entre ela e os advogados homens desde o início do júri. 

"Eram quatro advogados homens para um réu, e somente eu para o meu cliente. No momento em que ele começou a extrapolar, eu reparei que ele me interrompeu em uma técnica da defesa. Eu respondi e ele me chamou de galinha, histérica e disse que era uma histeria desgraçada, neurótica. Eu falei com o doutor que estava ao meu lado para a gente trocar de beca, que talvez assim o promotor ia me respeitar porque eu estava vendo que estava tendo uma diferença de homem e mulher. Eu tirei minha beca para trocar com o doutor, e o promotor disse eu ia fazer um strip-tease", relatou à CBN. 

 
Diário do Nordetse

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